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Ataque destrói sistema de navegação aérea no Iémen

O Iémen é palco há dois anos e meio de uma guerra que opõe o governo. FOTO EPA
O Iémen é palco há dois anos e meio de uma guerra que opõe o governo. FOTO EPA

A autoridade da aviação civil na capital iemenita, controlada pelos rebeldes, afirmou hoje que um ataque aéreo, atribuído aos sauditas, destruiu o sistema de navegação do aeroporto de Sanaa, o que poderá dificultar os voos humanitários.

O ataque da coligação árabe sob comando saudita resultou “na destruição total do sistema de navegação por rádio”, interrompendo os únicos voos para o aeroporto de Sanaa, os das Nações Unidas e de organizações humanitárias internacionais, assegurou aquela autoridade num comunicado citado pela agência rebelde Saba.

As Nações Unidas, por seu turno, indicaram que a maior parte do aeroporto ficou intacta e que a infraestrutura poderá receber os carregamentos humanitários quando eles forem reiniciados, depois de a coligação aliviar o bloqueio.

Após o disparo de um míssil no início de novembro pelos rebeldes xiitas do Iémen interceptado sobre a capital saudita, a coligação árabe acusou o Irão de fornecer aquele tipo de míssil aos Huthis e reforçou o bloqueio marítimo, aéreo e terrestre ao país.

No fim de semana, o bloqueio foi aliviado ligeiramente, mas tal foi considerado insuficiente pela ONU e organizações não-governamentais, que alertaram contra os riscos da fome aumentar devido ao cerco.

Para a ONU, o Iémen constitui a primeira das crises humanitárias mundiais, com 17 milhões de pessoas a precisarem de ajuda alimentar, das quais sete milhões arriscam a fome.

O aeroporto de Sanaa já estava fechado para os voos comerciais e apenas os humanitários eram autorizados, caso a caso, pela coligação.

O Iémen é palco há dois anos e meio de uma guerra que opõe o governo, apoiado pela coligação árabe, aos rebeldes Huthis, aliados a unidades do exército que permaneceram fiéis ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh e acusados de ligações ao Irão.

Segundo a ONU, o conflito já causou mais de 8.650 mortos e cerca de 58.600 feridos, entre os quais numerosos civis.