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Angola coloca 15,5 MEuro no mercado, kwanza valoriza novamente frente ao dólar

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Angola disponibilizou na sexta-feira 30 milhões de euros ao mercado primário, mas só colocou 15,5 milhões de euros (51,6%), tendo o kwanza valorizado ligeiramente frente ao dólar e depreciado moderadamente face ao euro, indica ontem o banco central angolano.

No documento do Banco Nacional de Angola (BNA), só hoje divulgado e referente à 54.ª sessão de venda de divisas em leilão aos bancos comerciais, é indicado que o euro valorizou ligeiramente - passou de 349,179 para 349,185 kwanzas -, agravando para 46,902% a depreciação desde o início do ano, quando valia 185,40 kwanzas.

Pela segunda vez desde que os leilões de venda de divisas foram implementados, a 09 de janeiro deste ano, o valor do kwanza face ao dólar apreciou-se, depois de, a 03 deste mês, ter ultrapassado a barreira dos 300 kwanzas/dólar.

Depois de, na antepenúltima sessão, a 08 deste mês, ter atingido 304,049 kwanzas/dólar, e na penúltima, dia 10, os 302,416 kwanzas, a moeda norte-americana está a ser transacionada a 301,789 kwanzas, mantendo a tendência de apreciação, embora tenha perdido 45,02% desde o início do ano, quando valia 165,92 kwanzas/dólar.

Por outro lado, e pela quarta vez este mês, bem como desde o início do ano, o montante disponibilizado pelo banco central angolano não foi adquirido na totalidade pelos três bancos comerciais que participaram no leilão, uma vez que, dos 30 milhões de euros disponíveis, apenas foram vendidos 15,5 milhões de euros, o que representa uma taxa de colocação de 51,6%, acima da sessão anterior, em que se registou a pior (32,51%).

A primeira vez que tal aconteceu foi nos leilões de 03 e de 05 deste mês, quando o BNA disponibilizou 100 milhões de euros, tendo colocado, no primeiro, 74,53 milhões de euros, e, no segundo, 55,55 milhões de euros.

No início deste mês, o banco central anunciou que, para este mês, vai colocar no mercado primário 650 milhões de dólares (552,5 milhões de euros) em divisas distribuídas por 14 sessões, tendo, desde 01 de outubro, disponibilizado 400 milhões de euros, colocando no mercado primário 281,825 milhões de euros (70,45%).

Segundo o banco central angolano, o montante será colocado por via de leilões de preços, na venda de divisas, e da quantidade, no caso dos “plafonds” para cartas de crédito.

Após a sexta sessão de outubro, os restantes nove leilões deste mês serão realizados nos dias 15, 17, 19, 22, 24, 26, 29 e 31.

Em setembro, o BNA anunciou que, a partir de 01 deste mês, deixaria de proceder à venda direta de divisas, pelo que as solicitações de compra de moeda estrangeira voltaram a ser unicamente apresentadas aos bancos comerciais autorizados.

Na ocasião, o banco central referiu ter, no âmbito da normalização do funcionamento do mercado cambial, retomado a venda de moeda estrangeira nos leilões de divisas sem indicação específica das operações ou importadores para os quais os fundos devem ser vendidos pelos bancos comerciais.

Segundo o BNA, o sistema ajustado de vendas diretas permitiu que o banco central angolano tivesse um entendimento mais preciso da metodologia necessária para a proteção das reservas internacionais e emitisse regulamentação e orientações aos bancos comerciais adaptados a esse objetivo.

Com esse sistema, o banco central assegurou ainda a alocação imparcial das divisas no pagamento dos atrasados e a atenuação das perceções negativas dos clientes sobre os critérios de seleção dos beneficiários aplicados pelos bancos comerciais.

O BNA entende agora que, após o período de maior intervenção, com o mercado cambial atualmente mais bem regulamentado e com maior regularidade na oferta de moeda estrangeira, estavam criadas as condições para que sejam novamente os bancos comerciais a realizarem a alocação de moeda estrangeira aos seus clientes.

No exercício das suas responsabilidades de supervisor e de autoridade cambial, o banco central comprometeu-se a trabalhar junto das instituições financeiras, para que esta transição seja bem-sucedida e ocorra sem quaisquer impactos negativos na atividade económica do país.