Madeira

Portugueses participam pouco nas discussões e consultas sobre a Europa

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A chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal, Sofia Colares Alves, reconhece que há ainda “muita pouca participação” dos cidadãos portugueses nas discussões e nas consultas promovidas pela Europa.

Sofia Colares Alves está de visita à Madeira pela primeira vez desde que assumiu funções, no Verão do ano passado, e participa, neste momento, num debate público sobre a Europa que decorre na Universidade da Madeira (UMa), mais concretamente no auditório do Colégio dos Jesuítas.Aquela responsável lembra que “não há iniciativa nenhuma que a Comissão Europeia proponha que não seja precedida de uma consulta pública”, acrescentando que, neste particular, “às vezes é desapontante o nível baixo de participação”.

Sofia Colares Alves explica que estes encontros, que decorrem em vários pontos do país, visam precisamente promover o diálogo e “escutar as pessoas sobre o que acham da Europa, como é que sentem a Europa no seu dia-a-dia em concreto e também para falarmos do futuro” do projecto europeu. Este debate público serve também, em particular, para abordar uma consulta pública lançada recentemente, chamada ‘O livro branco sobre o futuro da Europa’, que visa perspectivar o futuro do projecto e dos cidadãos europeus.A chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal reconhece que um dos desafios passa por “saber comunicar melhor as decisões que são tomadas pelas instituições europeias, especialmente pela Comissão Europeia, e dar cada vez mais informação às pessoas para que elas saibam e conheçam aquilo que se faz em Bruxelas”.

Sofia Colares Alves admite que, em Portugal, as pessoas que estão interessadas em conhecer a Europa fazem parte de “um círculo muito restrito”, nomeadamente aos mundos académicos, políticos, historiadores, mas o cidadão comum “afastou-se um bocadinho da Europa”.

O secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus, Sérgio Marques, também presente neste encontro, considera que “esta falta de proximidade é uma das lacunas da União Europeia”, que se pretende “colmatar com este tipo de iniciativas”.O antigo eurodeputado defende mesmo que “a Europa, hoje, ou é dos cidadãos ou não tem viabilidade”, acrescentando que o projecto europeu está, neste momento, “com uma grande encruzilhada pela frente e a palavra e a vontade dos cidadãos têm de ser respeitadas”.

Sérgio Marques ressalva que o projecto europeu “continua a valer a pena”, acrescentando que a Europa “está feita para ser um instrumento de paz, de estabilidade e de segurança”, condições que “nunca estão adquiridas e temos de lutar sempre por elas”.