Madeira

Humberto Vasconcelos diz que as questões da piscicultura “são políticas” e acusa Célia Pessegueiro de “desconhecimento”

Ambientalistas alertam para perigos de contaminação da área

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O secretário regional da Agricultura e Pescas garante que as duas unidades de aquicultura que serão instaladas na Ponta do Sol não têm “qualquer impacto” visual, por estarem a 2 milhas da costas (perto de 4 quilómetros) e diz que as questões levantadas, sobretudo pela Câmara da Ponta do Sol, “são puramente políticas”.

Humberto Vasconcelos deu uma conferência de imprensa para esclarecer a polémica criada em torno destas explorações e lembrou que o Plano de Ordenamento da Aquicultura da RAM foi aprovado em 2016 e que todos os planos estiveram “em discussão pública”. Uma discussão em que, sublinha, a presidente da Câmara da Ponta do Sol, Célia Pessegueiro, “nunca participou”.

O governante lembra que, na discussão dos orçamentos regionais, os partidos foram “unânimes” na defesa destes investimentos para a economia.

“A presidente da câmara sempre soube da existência das zonas e dos investimentos previstos. Este projecto foi considerado de interesse nacional, o que demonstra a sua importância para a economia”, afirma.

Humberto Vasconcelos garante que teve sempre em atenção “a população da Ponta do Sol” e assegura que foram aceites sugestões de alteração apresentadas pela câmara, como a localização das jaulas.

“As jaulas não ficam à frente da praia da Ponta do Sol, como diz a presidente da câmara e estão a duas milhas marítimas da costa”, afirma.

Este é um investimento que, na primeira fase, ficará perto dos 10 milhões de euros e, segundo o secretário regional da Agricultura e Pescas, irá crias postos de trabalho qualificados.

Sobre a polémica criada em torno do projecto, considera que resulta da falta de informação e conhecimentos suficientes. “A senhora presidente da câmara demonstrou falta de conhecimento”, garante.

“É uma questão claramente política que ficou rebatida pelos dados apresentados”, afirma Humberto Vasconcelos.

Grupo contesta secretário

A conferência de imprensa do secretário regional da Agricultura e Pescas contou com a presença de três elementos do grupo que contesta a instalação da exploração de piscicultura na Ponta do Sol. Embora a conferência fosse reservada a jornalistas - como deve acontecer em todas as conferências de imprensa - questionaram Humberto Vasconcelos sobre o impacto ambiental do projecto.

“Não temos outra forma de sermos ouvidos”, afirmou Rodrigo Silva que se queixa de que a discussão pública do plano não foi devidamente publicitada.

Foram colocadas questões sobre o tipo de alimentação dos peixes e se seriam utilizados produtos perigosos. Da secretaria veio a garantia de que haverá estudos antes da montagem das jaulas e que as rações a utilizar pela empresa terão de respeitar as normas legais.

O grupo garante que a população da Ponta do Sol não apoia este projecto e acusa o governo regional de criar riscos de contaminação para a área.