Madeira

Exposição ‘As ilhas do Ouro Branco’ em Lisboa mereceu vários elogios à Madeira

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A apresentação da exposição ‘As ilhas do Ouro Branco’, que decorreu no Museu Nacional de Arte Antiga, e onde estão expostas 86 peças de arte, começou com uma heresia por parte do director desta casa cultural. “É meu modesto entender existir um lapso na transcrição do livro de Génesis, justamente onde diz que Deus criou o Mundo em seis dias, descansando ao sétimo”, começou por referir António Filipe Pimentel.

“Creio firmemente que existe evidência científica de que alguma perda terá havido no decurso da história na recolha dos textos sagrados. Tenho para mim que concebido o Mundo com a luz e as trevas, os oceanos e os continentes, toda a maravilhosa biodiversidade e a própria e tão extraordinária condição humana, ficando o Senhor obviamente contente com a sua obra, terá pensado que era capaz de fazer melhor. Antes que o sexto dia terminasse criou a Madeira e só então finalmente descansou, e talvez por já ser tão tarde a deixou sem homens e mulheres”, disse o director do Museu Nacional de Arte Antiga, elogiando o rico património da Madeira que está exposto na casa que dirige.

Miguel Albuquerque também dirigiu algumas palavras relativamente à exposição que retrata os 500 anos da diocese da Sé e que iniciam a celebração dos 600 anos da descoberta e colonização da Madeira. “Iniciamos da melhor maneira, porque na verdade esta é uma exposição singular, riquíssima e única que obriga-nos a reflectir sobre aquilo que foi a história do nosso país e sobretudo a estratégia que foi adoptada”, referiu o presidente do Governo Regional, salientando que “Portugal teve na sua estratégia atlântica uma posição no Mundo que lhe permitiu ser uma das grandes potências mundiais”, sendo “fácil perceber a partir da exposição aquilo que somos hoje”.

O chefe do Executivo madeirense disse que na época “a opção marítima foi a grande opção” e que a nossa “vocação cosmopolita está bem patente neste espólio maravilhoso”, colocando a Madeira como “o primeiro alicerce da primeira grande globalização, que foi a nossa epopeia marítima”. Relativamente à exposição, entre outras pessoas ligadas ao espólio, Miguel Albuquerque agradeceu a Eduardo Jesus e lançou o mote desta mostra seguir viagem rumo ao Porto.

Marcelo Rebelo de Sousa, outra das personalidades presentes, começou por dizer que esta exposição “merece ser desfrutada pelo maior número de portugueses”, seguindo-se o enquadramento histórico aquele que considera ter representado na altura “uma utopia”. “A possibilidade de uma ilha representou o sonho e oportunidade de construir em território virgem”, mencionou o presidente da República.

Citando Herberto Hélder, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “esta é verdadeiramente a génese da saga madeirense, a terra do renascimento: onde se nasce, de onde se parte e onde inevitavelmente se regressa”.