5 Sentidos

Declaração do Funchal pede mais investimento em museus após anos de cortes

O Jardim Botânico da Madeira vai receber a visita desta comitiva. Foto ASPRESS
O Jardim Botânico da Madeira vai receber a visita desta comitiva. Foto ASPRESS

A Federação Mundial de Amigos dos Museus (WFFM, na sigla em inglês) e a Aliança Europeia do Conselho Internacional de Museus (ICOM Europa) apelam para que as autoridades públicas invistam mais nos museus, depois de anos de austeridade.

Numa declaração acordada pelas duas instituições, a ser apresentada na sexta-feira, no âmbito da assembleia-geral anual da WFFM, que começa na quinta-feira, no Funchal, as duas entidades defendem que, “depois de anos de cortes orçamentais e em tempo de recuperação económica, as autoridades públicas, as instituições de tutela e os administradores de museu, devem melhorar o nível do financiamento aos museus, para lhes assegurar uma melhor prestação dos seus serviços à comunidade”.

Na intitulada Declaração do Funchal, sob o lema de ‘Museus, lugares sociais emblemáticos’, são feitas seis recomendações, a começar pelo aumento do investimento nos museus, passando pela necessidade de as autoridades encararem aqueles espaços como “catalisadores do desenvolvimento económico local” até à proposta de que os museus se devem “esforçar por alargar os seus públicos, dedicando especial atenção à adesão de jovens adultos”.

Maior sensibilização dos cidadãos e mais medidas para “fomentar a participação das comunidades” são outras das recomendações, que terminam com a necessidade de “uma nova agenda de políticas públicas” centrada na “incentivação do trabalho em rede e [na inclusão de] exposições itinerantes, partilha de serviços, assim como de recursos e maior uso das novas tecnologias”.

“Depois de anos de cortes orçamentais e em tempo de recuperação económica, as autoridades públicas, as instituições de tutela e os administradores de museu devem melhorar o nível do financiamento aos museus, para lhes assegurar uma melhor prestação dos seus serviços à comunidade”, consideram as duas instituições.

Uma semana antes do Dia Internacional dos Museus, e numa altura em que a União Europeia assinala o Ano Europeu do Património Cultural, a WFFM e a ICOM Europa realçam que 2018 “poderá oferecer oportunidades para entender melhor o presente através de uma compreensão comum e mais enriquecedora do passado”.

“Os museus promovem e comunicam valores universais. Se bem que enraizados localmente, eles contam histórias de importância global e são percepcionados e apreciados em todo o lado como lugares emblemáticos de referência. [...] São instituições dinâmicas, inclusivas e democráticas, que tocam todos os agregados da população, desde as grandes metrópoles às pequenas vilas e aldeias, e todos os grupos sociais, desde os mais favorecidos e enraizados aos mais carenciados e vulneráveis, onde os imigrantes são por vezes o elemento dominante”, pode ler-se no documento.

A assembleia-geral anual da WFFM começa na quinta-feira e decorre até domingo, no Funchal.