Nicolás Maduro pede aos países vizinhos que rejeitem militarização da zona pelos EUA
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apelou hoje aos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) para que rejeitem "categoricamente qualquer militarização do Caribe", numa referência ao recente reforço militar dos Estados Unidos na região.
"Perante a ameaça bélica no Caribe e as execuções denunciadas pela ONU, estamos obrigados, para preservar a paz da região, a somar forças e, numa só voz, exigir o fim imediato dos ataques e ameaças militares contra os nossos povos", afirmou o chefe de Estado venezuelano, numa carta divulgada nas redes sociais, a propósito da IV Cimeira CELAC-União Europeia, que decorre na Colômbia.
Nicolás Maduro pediu também que seja exigida uma investigação independente sobre as "execuções denunciadas pelos mecanismos de direitos humanos das Nações Unidas".
Durante os últimos dois meses, o Departamento de Defesa norte-americano anunciou ataques contra 20 embarcações no Caribe, alegadamente carregadas com droga, em operações que resultaram na morte de mais de 60 pessoas, supostamente ligadas a organizações criminosas.
Nesse sentido, o presidente da Venezuela defendeu a criação de mecanismos regionais de cooperação humanitária e de defesa coletiva para proteger as águas territoriais, as costas e as comunidades da região.
"Irmãos e irmãs, a memória histórica e a evidência obrigam-nos a uma resposta unida", sublinhou, acrescentando que a comunidade internacional deve exigir responsabilidades, pôr fim aos ataques e "assegurar o respeito pelos direitos humanos de todas as pessoas, sem exceção".
As tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos agravaram-se nos últimos meses, após Washington ter ordenado o reforço militar no mar do Caribe, perto da fronteira marítima venezuelana, sob o argumento de combater o narcotráfico.
O Governo de Maduro acusa os Estados Unidos de pretenderem promover uma "mudança de regime" e impor uma autoridade "fantoche" para controlar os recursos naturais do país, sobretudo o petróleo.