Catarina Martins diz ser a candidata à esquerda mais bem posicionada
A candidata presidencial Catarina Martins considerou hoje ser a "mais bem posicionada" da esquerda na corrida a Belém, embora admita que a sua candidatura se afirma "para lá do espaço partidário".
"Sondagens há para todos os gostos, e às vezes sob a forma de condicionar o voto, do que nos mostrar a realidade, mas à esquerda, nas sondagens que saíram, eu modestamente sou a que está mais bem posicionada e que se diz, claramente, que é de esquerda e pode fazer esse caminho", disse a ex-coordenadora do BE à margem da sua visita ao Instituto Politécnico de Bragança.
Catarina Martins frisou, várias vezes, que a sua candidatura "não é definida por nenhum espaço partidário" e que haver várias outras, à esquerda, não é um problema, mesmo depois de o candidato do Livre, Jorge Pinto, ter referido, numa entrevista à RTP, que está disposto a desistir a favor de uma candidatura forte à esquerda.
"É bom que a esquerda não desapareça e que se afirme, não tenha vergonha de ser esquerda", disse Catarina Martins.
A candidata a Presidente da República aproveitou ainda para destacar a aprovação do curso de Medicina na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real. Catarina Martins considerou que "é muito importante haver formação de médicos um pouco por todo o território", mas lamentou que a ministra da Saúde, esta quinta-feira, tenha recusado reunir-se com os médicos tarefeiros, que ameaçam fazer greve, mostrando um lado do Governo "irresponsável" e "insensível".
"A solução para o acesso à saúde não pode passar por um Serviço Nacional de Saúde (SNS) que depende de tarefeiros, deve passar por um SNS que tem as equipas de que precisa e que garantam o acesso à saúde em todo o país. Não podemos cortar nas carreiras, cortar na capacidade dos profissionais de saúde a trabalhar no SNS e depois também dizermos que não queremos tarefeiros. Quem é que está a segurar os hospitais? Quem é que está a segurar as urgências?", questionou.
O que disse ser outra boa notícia foi a decisão do Ministério Público exigir que a EDP pague os mais de 300 milhões de euros de impostos relativos às seis barragens transmontanas.
Catarina Martins defendeu que as grandes empresas não estão acima da lei e, por isso, a EDP também terá de pagar os impostos devidos, ainda que tenha a oportunidade de recorrer da decisão e o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, tenha dito que era "extemporâneo" falar já da arrecadação desse dinheiro.
"Eu sei que qualquer contribuinte pode recorrer e eu sei que a EDP tem muito dinheiro para pagar a muitos advogados para recorrer muitas vezes, mas sei que a primeira exigência de um governo deve ser dizer 'quem faz negócio cá, paga cá impostos' e que o governo seja o primeiro a dizer que a EDP possa ou não cumprir, é uma vergonha", rematou.
A candidata à presidência da República visitou, esta quinta-feira, o Instituto Politécnico de Bragança, no mesmo dia que o candidato António Filipe.