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Trabalhadores que vão carregar navio com viaturas da Autoeuropa entraram no porto

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O autocarro que transporta os estivadores contratados para substituir os trabalhadores eventuais do porto de Setúbal para carregar um navio com viaturas produzidas na fábrica da Autoeuropa entrou no recinto pelas 09:09.

A passagem da viatura tinha sido bloqueada pelos trabalhadores eventuais do porto de Setúbal, parados desde o passado dia 05 em luta por um contrato coletivo de trabalho e que desde as 06:00 estão concentrados no local em protesto contra a sua substituição por trabalhadores exteriores ao porto para os substituir no carregamento do navio.

Um forte dispositivo policial de dezenas de elementos da Unidade Especial de Polícia (UEP) e da brigada de intervenção rápida está desde o início manhã junto ao porto de Setúbal para garantir a entrada desta viatura e o carregamento do navio.

O autocarro entrou no porto escoltado por cinco viaturas da UEP e, pelas 09:15, mantinha-se um cordão policial a condicionar a passagem dos estivadores concentrados à entrada do terminal de automóveis do porto de Setúbal.

Segundo António Mariano, do Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística (SEAL), os trabalhadores que estavam no interior do autocarro terão sido contratados para trabalhar no porto de Setúbal durante três dias, mediante o pagamento de 500 euros cada, para carregarem 2.000 viaturas produzidas na fábrica de Palmela da Autoeuropa.

Apesar dos protestos e dos insultos dirigidos aos trabalhadores que se encontravam no interior do autocarro, não houve incidentes até às 09:10, altura em que a viatura entrou no porto.

Na segunda-feira, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, enviou uma carta ao IMT - Instituto da Mobilidade e Transportes e à APSS - Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra na qual pedia a correção das “disfunções” provocadas pelo excesso de trabalhadores precários, o que parecia indiciar que a solução do problema iria passar pela via do diálogo.

Contudo, as empresas portuárias recusam-se a dialogar enquanto o sindicato não levantar a greve ao trabalho extraordinário, que se deverá prolongar até janeiro próximo.

O SEAL alega que esta greve nada tem a ver com o problema dos trabalhadores eventuais do porto de Setúbal, mas com a “discriminação” de trabalhadores filiados no sindicato que trabalham nos portos do país.

Já na quarta-feira, a Autoeuropa recebeu garantias do Governo para a realização do carregamento de automóveis que está marcado para hoje.

Segundo a empresa, o planeamento do navio, que faz parte das escalas regulares para o porto de Emden, na Alemanha, “teve por base a garantia de uma solução para o embarque de veículos dada pelo Governo e pelo operador logístico”.