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A distribuição de tachos

Nestes 100 dias de Governo Regional da Madeira, coligado com o CDS e o PSD, salta à vista a triste perda de tempo (ou entretenimento) permanente da distribuição de cargos.

Pensei que a perda de maioria absoluta tornaria a governação PSD-Madeira, mais humilde, mais aberta ao diálogo e ao acolhimento de propostas viessem de onde viessem. Afinal, esperava uma governação mais aberta e diversificada, onde sobressaíria a competência e o sentido do serviço ao bem comum. Santa ilusão, a minha...

Ainda assim, sinto que vamos a tempo de arrepiar caminho. Bastava uma certa dose de discernimento e algum sentido de que a governação deve ser feita em prol da sociedade inteira e não apenas para alguns.

Olhando mesmo que de relance os Orçamentos (o de Estado e o Regional), ficamos convencidos que os gastos bem seguros e clarinhos são os que alimentam cargos. Também fica claro (mesmo que me acuse de inveja) que a vida pessoal de cada um daqueles que tiveram a sorte de participar neste «negócio» governamental está muito bem assegurada.

Enfim, quanto ao que interessa mesmo, que seria ficarmos esperançosos, que seria desta, que os eternos problemas da mobilidade, da saúde e da educação seriam definitivamente melhorados, estamos a ver bem pouco. Além do palavreado falacioso e do jogo partidário, vemos mais do mesmo e pouca vontade de resolvê-los. Porém, poucochinho é o que temos visto e o que se vislumbra, à mistura com abundância de propaganda. O que não nos engana mesmo, é que a realidade continua a ser dura e crua para a sociedade madeirense em geral.