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Saída de venezuelanos para Brasil sem aumento após reabertura da fronteira

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O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou que o número de venezuelanos que entraram no Brasil na sexta-feira, quando foi reaberta a fronteira por ordem do Presidente da Venezuela, não aumentou.

“O ACNUR notificou que o fluxo de pessoas venezuelanas não teve um aumento efetivo na data de hoje em comparação com os últimos dias”, refere um comunicado, garantindo que a agência das Nações Unidas continua “preparada para responder a um possível aumento do fluxo de pessoas nos próximos dias, atuando conjuntamente com os demais parceiros que lidam diretamente com o contexto”.

O ACNUR destacou que monitoriza a fronteira do Brasil com a Venezuela, na cidade de Paracaima, para assegurar o acesso dos venezuelanos a ajuda humanitária e documentação.

“No momento em que a fronteira da Venezuela com o Brasil foi reaberta, às 15:53 de hoje [20:53 em Lisboa], o ACNUR - Agência da ONU para Refugiados encontrava-se no terreno a fazer a monitorização da situação e a apoiar as autoridades brasileiras”, adiantou.

Segundo o ACNUR, este trabalho tem o objetivo de “assegurar que as pessoas com necessidade de proteção sejam atendidas nos postos de registo e documentação”.

O ACNUR e outras agências ligadas à ONU apoiam o Governo brasileiro na “Operação Acolhida”, criada no ano passado para receber milhares de venezuelanos que fogem da crise social e política do seu país.

Estas entidades mantêm abrigos, além de ações de registo e fornecimento de documentação para os venezuelanos que chegam como refugiados ou que pedem visto de residência.

De acordo com dados da Polícia Federal brasileira, desde 01 de janeiro de 2019 até ao dia 09 de maio foram contabilizadas 55.721 entradas e 10.914 saídas na fronteira brasileira com a Venezuela, na cidade de Pacaraima.

Na sexta-feira, o Governo da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro, anunciou a reabertura da sua fronteira terrestre com o Brasil, o mesmo acontecendo com a fronteira marítima da ilha holandesa de Aruba, fechadas desde fevereiro, aquando da tentativa da oposição venezuelana de fazer entrar ajuda humanitária.

“As fronteiras com o Brasil e Aruba estão ativas novamente”, declarou o vice-Presidente da Venezuela para o setor económico, Tareck El Aissami, num discurso transmitido pela televisão, no qual explicou que as fronteiras da Venezuela com a Colômbia e as outras ilhas holandesas (Bonaire e Curaçao) ainda estavam fechadas.

Durante o período em que a fronteira do Brasil com a Venezuela esteve aberta em 2019 (01 de janeiro até 21 de fevereiro) a média diária de entradas foi de 521 pessoas (e 127 saídas em média).

Já no período em que a fronteira esteve fechada (22 de fevereiro a 09 de maio), a média de entradas diária foi de 372 pessoas, enquanto as saídas registaram uma média de 56.