Protesto em Moscovo contra lei de desconexão da Internet com várias detenções
Pelo menos oito pessoas foram hoje detidas em Moscovo pouco antes do início de um protesto contra a lei de desconexão da Internet, que os deputados russos voltam a examinar na quarta-feira, referiram media locais.
“Foram detidas oito pessoas, supostamente por utilizarem ‘aparatos voadores”, na realidade, balões”, denunciaram os organizadores do protesto convocado pelo Partido Libertário russo, em declarações à agência noticiosa Interfax.
Por sua vez, o portal especializado OVD-Info referiu-se a 16 detidos, incluindo três menores, e precisou que foram enviados para uma esquadra da polícia em Moscovo.
A manifestação contra a desconexão da internet, autorizada pela câmara da capital, foi apoiada pelo líder da oposição russa, Alexei Navalni, e pelo inventor do serviço de mensagens Telegram, Pavel Durov, cuja aplicação foi proibida na Rússia.
Em fevereiro, a Duma (parlamento) da Rússia adotou em primeira leitura um projeto-lei para garantir a estabilidade do funcionamento do segmento russo da Internet e a sua desconexão da rede mundial em caso de situações de crise ou ataques cibernéticos contra o país.
A iniciativa suscitou fortes reticências nos operadores da Internet, pelo facto de a instalação dos equipamentos necessários para a análise de tráfico implicaram avultados investimentos.
Segundo os seus autores, e caso o projeto-lei seja aprovado em definitivo, poderá “minimizar o fluxo para o estrangeiro de dados que os utilizadores russos trocam entre si”.
Para mais, em caso de ameaça, os operadores estariam obrigados a garantir a “gestão centralizada do tráfego”, o que significa o seu controlo pelo Estado.
O Presidente russo Vladimir Putin admitiu previamente a possibilidade de o seu país se desligar da rede mundial da Internet face a eventuais ameaças externas à sua segurança nacional.