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Presidentes da Ucrânia e do Irão falam hoje à tarde por telefone

A conversa vem no seguimento de Teerão ter admitir que abateu por erro um avião da companhia Ukraine Airlines International

FOTO EPA
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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o seu homólogo iraniano, Hassan Rohani, mantêm hoje à tarde uma conversa telefónica, após Teerão admitir que abateu por erro um avião da companhia Ukraine Airlines International, anunciou a Presidência ucraniana.

Zelensky terá “uma conversa telefónica com o Presidente da República islâmica do Irão, Hassan Rohani, às 17 horas (15 horas em Lisboa)”, após a qual “falará ao povo ucraniano”, disse a Presidência ucraniana em comunicado.

“Os nossos especialistas em Irão tiveram acesso a todas as fotografias e vídeos e outras informações necessárias para analisar os processos em curso em Teerão”, pode ler-se no comunicado da Presidência, que manifesta confiança de que Teerão estará a realizar um inquérito “rápido e objectivo”.

Já hoje o Presidente da Ucrânia exigira a punição dos responsáveis pelo abate de um avião ucraniano com 176 pessoas a bordo e o pagamento de indemnizações por parte do Irão.

“A manhã trouxe a verdade. A Ucrânia insiste num pleno reconhecimento de culpa. Esperamos do Irão que leve os culpados à justiça, devolva os corpos, pague uma indemnização e publique um pedido de desculpas oficial”, escreveu Volodymyr Zelensky na sua conta do Twitter.

“A investigação tem de ser completa, aberta e deve continuar sem atrasos ou obstáculos”, acrescentou.

O Irão admitiu hoje que o avião ucraniano que se despenhou na quarta-feira em Teerão, matando todas as 176 pessoas a bordo, foi abatido inadvertidamente por militares iranianos.

O Presidente do Irão afirmou hoje que o país “lamenta profundamente” ter abatido um avião civil ucraniano, sublinhando tratar-se de “uma grande tragédia e um erro imperdoável”.

O Boeing 737 da companhia Ukrainian Airlines despenhou-se na quarta-feira nos arredores de Teerão, causando a morte de todas as 176 pessoas a bordo, na maioria iranianos e canadianos, mas também afegãos, britânicos e suecos, além de 11 ucranianos, nove dos quais membros da tripulação.

O acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.