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Organização alemã denuncia bloqueio de operações do seu avião em Malta

FOTO Reuters
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A organização alemã Sea-Watch denunciou hoje que as autoridades de Malta bloquearam as operações do seu avião de reconhecimento “Moonbird” para o resgate de imigrantes no Mediterrâneo, depois de há alguns dias impedirem de zarpar o navio “Sea-Watch 3”.

“Cerca de mil pessoas ter-se-iam afogado, com certeza, se o nosso “Moonbird” não tivesse detectado no último segundo o naufrágio dos seus navios. Agora, esta ferramenta de resgate também é bloqueada pelas autoridades da União Europeia (UE), mesmo que estejamos a enfrentar os dias mais mortíferos desde o início dos registos”, denunciou a organização não-governamental numa mensagem divulgada na sua conta no Twitter.

Para a organização, isso é uma prova de que “obviamente, as testemunhas não são bem-vindas”.

A aeronave de reconhecimento tipo Cirrus SR22, operada pela Sea-Watch em colaboração com a iniciativa humanitária dos pilotos suíços da HPI, tem desde a primavera de 2017 realizado voos sobre o Mediterrâneo Central, a fim de alertar sobre navios à deriva ao Centro de Coordenação de Salvação em Roma.

O aparelho auxilia a frota civil na coordenação de acções de resgate.

Na sua página na internet, a Sea-Watch lembra que em 2017 cerca de 3.500 pessoas morreram em águas do Mediterrâneo, sublinhando que sem a ajuda do avião “Moonbird” - que naquele ano detetou um total de 119 navios à deriva -, teriam sido provavelmente mais mil pessoas a morrer.

Há dois dias, a Sea-Watch denunciou que as autoridades maltesas estavam a impedir, “sem base legal”, que o seu navio “Sea-Watch 3” partisse para resgatar imigrantes no Mediterrâneo.

“Neste momento, não há um navio adequado para resgate na área de operações, apesar do facto de o “Sea-Watch 3” estar bem equipado e pronto para navegar”, acrescentou a ONG.