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ONU continuará a trabalhar com o país durante segundo mandato de Maduro

Foto EPA
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A ONU assegurou hoje que vai continuar a trabalhar com o governo da Venezuela durante o segundo mandato de Nicolas Maduro e sublinhou que não é sua missão reconhecer ou não reconhecer chefes de Estado.

“Temos visto as decisões tomadas por vários países. O secretário-geral, a Secretaria, não nos dedicamos a reconhecer chefes de Estado ou a não reconhecer chefes de Estado”, disse o porta-voz Stéphane Dujarric na conferência de imprensa diária.

Dujarric respondia a uma questão sobre a postura de vários governos latino-americanos, dos Estados Unidos e da União Europeia, que repudiaram a investidura de Maduro.

Segundo o porta-voz, a ONU está a seguir de perto a situação e, por princípio, é sempre favorável ao diálogo e, especificamente, ao diálogo regional.

“Continuaremos a trabalhar com o governo da Venezuela, nomeadamente no plano do apoio ao desenvolvimento, na alimentação, saúde, segurança e nutrição”, disse Dujarric.

O porta-voz recordou que o chefe da ONU, António Guterres, pediu repetidamente um “diálogo político inclusivo” na Venezuela e apoiou iniciativas nesse sentido.

“O secretário-geral continua disponível para ajudar de qualquer forma”, assegurou.

Maduro foi hoje empossado para um segundo mandato que o manterá no poder até 2025, no meio de acusações de ilegitimidade pela forma como conseguiu a reeleição.

Em Washington, a Organização dos Estados Americanos (OEA) acordou “não reconhecer a legitimidade do regime de Nicolas Maduro a partir de 10 de janeiro de 2019” e a apelou para a realização de novas eleições “num futuro próximo”, com observação internacional.

Entretanto, os Estados Unidos anunciaram o aumento da pressão sobre o executivo venezuelano, tendo imposto na terça-feira acrescidas sanções económicas a sete pessoas e 23 entidades “envolvidas num esquema de corrupção para explorar as práticas de câmbio da Venezuela”.

“Ao manipular o sistema em seu favor, estes indivíduos e estas entidades roubaram mais de 2,4 mil milhões de dólares enquanto o povo venezuelano passava fome”, denunciou hoje em comunicado de imprensa o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo.