Número de mortos na violência pós-eleitoral no Zimbabué sobe para seis
O número de mortos resultantes da violência pós-eleitoral no Zimbabué aumentou hoje para seis, na sequência de três pessoas não terem resistido aos ferimentos, revelou a polícia.
A polícia do Zimbabué, que indicou terem ficado feridas 14 outras pessoas, informou que realizou 18 detenções e que cerca de 4.000 apoiantes alegadamente afetos à oposição estavam “sitiados” no centro da capital zimbabueana, Harare.
Munidos com barras de ferro e pedras, os sitiados não se manifestam por convocação da oposição, que referiu que são apenas cidadãos que agem por iniciativa própria e não convocados partidariamente.
Os zimbabueanos e a comunidade internacional condenaram a força “excessiva” das forças armadas, por os militares terem recorrido a tiros com armas de fogo para dispersar os supostos partidários da oposição.
O líder da oposição, Nelson Chamisa, afirmou que a comissão eleitoral do Zimbabué tem já apurados os resultados da eleição presidencial desde a noite de segunda-feira e que “o anúncio é apenas uma formalidade”.
Chamisa reclama a vitória e sublinhou que a comissão eleitoral do Zimbabué, que anuncia os resultados na noite de hoje, minou a credibilidade do organismo ao atrasar o anúncio dos resultados.
Nelson Chamisa, candidato presidencial, insurgiu-se também contra a acusação do Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, de que a oposição foi responsável pela violência de quarta-feira.
Um advogado no Zimbabué disse que a polícia está a investigar Chamisa e outros por alegado incitamento à violência.
Os observadores eleitorais internacionais no Zimbabué expressaram hoje, numa declaração conjunta, “grande preocupação” com a violência pós-eleitoral e apelaram à Comissão Eleitoral que divulgue “rapidamente” os resultados das eleições, de “forma transparente”.
A declaração da União Europeia, Estados Unidos da América, Commonwealth, União Africana e outras missões de observadores denuncia o “uso excessivo da força” para acalmar os protestos de quarta-feira, em Harare, e pede “contenção” ao exército e à polícia do Zimbabué.
Autoridades do Zimbabué afirmam que os militares permanecerão mobilizados até a situação terminar.
Segundo a agência de notícias EFE, nove missões internacionais de observação eleitoral pediram hoje à Comissão Eleitoral do Zimbabué que publique “sem demora” os resultados completos e detalhados das eleições presidenciais de segunda-feira.
A população de Zimbabué aguarda o anúncio dos resultados da eleição presidenciais, disputadas pelo presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, e líder da oposição, Nelson Chamisa, e outros 21 candidatos.