Ministro da Defesa da Venezuela diz que “ninguém se deve preocupar” com os militares russos
O ministro da Defesa venezuelano, general Vladimir Padrino, afirmou na sexta-feira que “ninguém se deve preocupar” com a chegada de militares russos ao país, uma situação denunciada pela oposição e entendida como “uma provocação” por Washington.
“É segredo para alguém que a Venezuela tem uma cooperação técnico-militar [com a Rússia] desde 2001? Ninguém se deve preocupar, porque estamos simplesmente a cooperar”, disse o ministro, num discurso transmitido pela televisão do Estado.
Caracas e Moscovo assinaram acordos de cooperação no campo militar no governo do ex-Presidente Hugo Chávez (1999-2013).
Dois aviões militares russos aterraram no dia 23 no Aeroporto Internacional de Caracas, transportando tropas e equipamentos.
“É uma cooperação entre iguais, entre parceiros estratégicos, a Rússia e a Venezuela. Gostaríamos de ter relações de cooperação com os Estados Unidos, mas como não somos escravos, não podemos”, declarou o general, que esteve presente na inauguração de um centro de treino para pilotos de helicópteros russos na Venezuela.
O líder da oposição, Juan Guaidó, denunciou a chegada de tropas russas no país, dizendo que a Constituição foi violada.
Os Estados Unidos alertaram a Rússia contra o envio de tropas para a Venezuela, reafirmando a sua determinação em defender os seus interesses e os dos “seus parceiros” na região.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o opositor e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Cerca de 50 países, incluindo a maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela encarregado de organizar eleições livres e transparentes naquele país.
Na Venezuela, a confrontação entre as duas fações tem tido repercussões políticas, económicas e humanitárias.