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Governo angolano garante estar a trabalhar para reduzir endividamento e taxas de juro

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O Governo angolano afirmou hoje estar a trabalhar para diminuir os níveis de endividamento (84% do PIB) do país e para a redução das taxas de juro de referência do Banco Nacional de Angola (BNA).

A garantia foi dada pelo ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social angolano, Manuel Nunes Júnior, antes de o banco central angolano divulgar um comunicado da reunião do Comité de Política Monetária, em que anunciou uma diminuição de 0,25 pontos percentuais na Taxa BNA, que desceu de 15,75% para 15,5%.

Numa intervenção realizada no Fórum Mundial do Turismo, que decorreu em Luanda na quinta-feira e hoje - sábado é o último dia, destinado a visitas guiadas a pontos de interesse turístico em Luanda e arredores -, Manuel Nunes Júnior garantiu aos empresários e operadores turísticos presentes que o executivo angolano está a envidar esforços para melhorar a performance económica do país.

Nesse sentido, salientou que as medidas já tomadas pelo Governo, liderado pelo Presidente João Lourenço, levaram a que o défice fiscal passasse de uns negativos 6,3%, em 2017, para um superavit de 2,2% em 2018, mas admitiu que a dívida pública tem vindo a aumentar - em 2013 era de 30% do Produto Interno Bruto (PIB), subindo em 2018 para mais de 84%.

Em relação à taxa de inflação, Manuel Nunes Júnior disse estar a conhecer uma trajetória descendente e justificou que em 2018 esteve situada em 18,6%, quando o Orçamento Geral do Estado (OGE) para o mesmo ano previa uma taxa de 28%.

O governante angolano sublinhou que o mercado cambial “caminha para a normalização”, com a redução da diferença entre a taxa de câmbio oficial e do mercado paralelo.

Hoje, segundo dados do BNA, a moeda angolana voltou a bater mínimos históricos face à europeia, estando quase nos 50% de depreciação desde que, em 09 de janeiro de 2018, as autoridades de Luanda puseram fim à taxa de câmbio fixa.

Segundo o BNA, a moeda angolana fechou a semana nos 369,652 kwanzas/euro, valor que contrasta com o mínimo atingido terça-feira (368,628 kwanzas/euro).

Em relação ao dólar, continua a transacionar-se em mínimos históricos desde segunda-feira, quando se estabilizou nos 330,519 kwanzas/dólar.

Desde 09 de janeiro de 2018, dia em que as autoridades de Luanda puseram termo à taxa de câmbio fixa e começaram a vender aos bancos comerciais as divisas em leilão, primeiro trissemanais e atualmente diárias, o kwanza depreciou-se 49,844% face ao euro e 49,800% frente ao dólar.

Em janeiro de 2018, um euro equivalia a 185,4 kwanzas, enquanto um dólar se transacionava a 165,92 kwanzas.

Em relação ao fórum, hoje, Manuel Nunes Júnior afirmou que o setor do turismo é uma das áreas prioritárias do Governo, no quadro do programa destinado a reduzir a dependência excessiva do petróleo, que constitui 95% dos recursos de exportação e mais de 70% das receitas tributárias do país.

Nesse sentido, acrescentou que o fórum é uma ocasião para que os grandes operadores do turismo mundial conheçam as potencialidades de Angola, apelando à formação de parcerias para o florescimento nacional do setor.