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França defende reforço das sanções económicas da UE contra a Venezuela

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O Presidente da França, Emmanuel Macron, manifestou-se hoje “favorável” ao aumento de sanções económicas da União Europeia (UE) contra as autoridades venezuelanas e não as limitar a indivíduos, depois das últimas decisões do Governo de Nicolás Maduro.

“Assistimos a uma nova deriva de autoritarismo. As coisas vão na direção má e as últimas decisões tornam pior a situação. Sou favorável a aumentar as sanções, em coordenação com os parceiros da UE”, disse o chefe de estado francês, depois de receber o homólogo argentino, Maurício Macri.

Em alusão às sanções que foram impostas a sete altos responsáveis da Venezuela, Macron afirmou que tiveram até agora “um impacto limitado”, pelo que pediu para se “ir mais além”.

O Presidente francês assegurou que, mais do que as restrições europeias, “existem outros países que têm mais laços económicos com a Venezuela e que podem adotar sanções mais eficazes”.

Através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a França condenou a exclusão do movimento político opositor Mesa da Unidade Democrática das próximas eleições presidenciais, a realizar até finais de abril, e a expulsão, na quinta-feira, do embaixador espanhol, Jesús Silva Fernández.

O Presidente da Argentina referiu-se também à Venezuela, acusando Maduro de “violentar cada vez mais o sistema” e revelou que não vê uma solução para a situação no país venezuelano.

“Temos de exigir uma eleição livre e transparente, na qual os venezuelanos possam expressar-se e construir o seu futuro”, disse Macron, considerando que Maduro tem atuado num “atropelo absoluto das instituições”.

A União Europeia condenou hoje “firmemente” a decisão das autoridades venezuelanas de declarar ‘persona non grata’ o embaixador espanhol e instou Caracas a revertê-la, para manter os canais diplomáticos abertos.

“A União Europeia condena firmemente a decisão das autoridades venezuelanas de declarar o embaixador espanhol em Caracas ‘persona non grata’. Expressamos a nossa plena solidariedade com Espanha e apelamos a que a decisão seja revertida, já que foi contra a necessidade de manter os canais diplomáticos abertos”, declarou a porta-voz Catherine Ray.

A mesma porta-voz, responsável pela área de política externa, que falava na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, recordou ainda que as decisões da UE na área dos Negócios Estrangeiros -- como a aplicação de sanções à Venezuela -- “são tomadas por unanimidade dos Estados-membros”.

Na quinta-feira, a Venezuela declarou ‘persona non grata’ o embaixador espanhol em Caracas, Jesus Silva, referindo que o seu país cometeu “agressões contínuas” contra o Governo do Presidente venezuelano, Nicolas Maduro.