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Comunidade portuguesa na Venezuela é prioridade, diz António Costa

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O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que acompanha há dois anos, de forma permanente, o que se passa na Venezuela, sublinhando que a primeira prioridade do Governo é preservar a segurança dos portugueses que vivem naquele país.

“Este acompanhamento tem sido feito através do reforço das permanências consulares e de uma ida de forma regular do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas àquele país da América Latina, sendo a nossa primeira prioridade”, afiançou o chefe do Governo.

António Costa disse esperar que a Venezuela retome a sua normalidade democrática com a realização de novas eleições.

“Nós agimos consertados no âmbito da União Europeia (UE), porque é a forma de termos mais força e de agirmos sobre o regime de Nicolás Maduro”, salientou.

O Governo está também a trabalhar com “um conjunto de países da UE” e com outros países da América Latina de forma a assegurar “o apoio técnico e a garantia de total isenção e imparcialidade na realização de novas eleições”, concretizou o primeiro-ministro.

Confrontado pelos jornalistas, à margem de uma visita ao laboratório de rios de Montanha, instalado em Mogadouro, no distrito de Bragança, quanto a um possível descontrolo da situação na Venezuela, António Costa afirmou que os planos de contingência estão definidos e articulados, através dos pontos de contactos como a comunidade portuguesa e no território nacional.

“Estes planos de contingência serão accionados caso haja um cenário indesejável”, vincou.

De acordo com António Costa, o plano de contingência poderá ser desenvolvido em diferentes graus em função da situação concreta existente no terreno, podendo no limite haver situações de “avocação” de portugueses residentes na Venezuela.

“Estes canais estão todos estabelecidos, devidamente organizados e articulados com os países vizinhos da região, para que tudo aconteça da forma mais segura, mais rápida e tranquila possível”, enfatizou o primeiro-ministro.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de Janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se auto proclamou Presidente interino e declarou que assumia os poderes executivos do chefe de Estado Nicolás Maduro.

Após a sua auto proclamação, Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Também anunciou uma amnistia aos militares e funcionários públicos que “colaborarem com a restituição da democracia”.

Nicolás Maduro, de 56 anos, chefe de Estado desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, no qual a oposição tem maioria, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos da América.

A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana provocou pelo menos 40 mortos, de acordo com dados das Nações Unidas.