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China confiante que Brasil implementará 5G com a Huawei apesar das advertências dos EUA

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A China disse hoje estar confiante que o Brasil escolherá a Huawei para implementar a rede 5G, uma decisão que contrariaria as advertências de Washington, que baniu o grupo de telecomunicações, alegando questões de segurança.

O Presidente chinês, Xi Jinping, visita Brasília esta semana para participar na cimeira do bloco das grandes economias emergentes BRICS, que inclui ainda Rússia, Índia e África do Sul.

Xi não realizará, no entanto, uma visita de Estado, apesar de estar previsto reunir-se com o homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, durante a cimeira.

“Estou confiante na cooperação entre a China e o Brasil em relação à tecnologia 5G”, disse o embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming, citado pela agência noticiosa Bloomberg.

O Brasil “levará em conta os seus próprios interesses de desenvolvimento” ao analisar a oferta da Huawei, assegurou.

Citado pela agência, Yang disse que a atitude do Brasil em relação à Huawei permaneceu “objetiva e racional”, apesar da campanha de “má fé e difamação” realizada pelos Estados Unidos.

Washington tem pressionado vários países a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para a Internet do futuro, acusando a empresa de estar sujeita a cooperar com os serviços de informação chineses.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, reiterou a advertência durante um discurso em Berlim, na sexta-feira, afirmando que a empresa não é de confiança, já que está sob o controle do Partido Comunista Chinês.

Durante uma visita oficial a Pequim, realizada no mês passado, Jair Bolsonaro considerou que a cooperação com a Huawei na implementação de redes de quinta geração “por agora, é uma hipótese fora do radar”.

O Presidente brasileiro tem adotado uma retórica anti-comunista e um alinhamento com Washington, que passou a encarar a potência asiática como rival estratégico.

Mas, em 2018, as exportações para a China representaram 26,8% do total das vendas do Brasil ao exterior e atingiram um pico de 64,2 mil milhões de dólares (58,2 mil milhões de euros).

O país latino-americano é um importante fornecedor de matérias primas para a China, cujo apetite por soja, petróleo e minério de ferro brasileiros se multiplicou nas últimas décadas, face ao crescimento da economia chinesa.