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Bruxelas coloca-se à margem da escolha de candidato europeu ao FMI

Foto Reuters
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A Comissão Europeia não tem um papel a desempenhar no processo de escolha de um candidato europeu para a liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI), recordou hoje a porta-voz do executivo comunitário.

“As consultas e a votação estão em curso. A Comissão não tem um papel a desempenhar neste processo. Evidentemente, apoiamos um candidato europeu que possa contribuir para a estabilidade do sistema financeiro internacional”, declarou Mina Andreeva na conferência de imprensa diária do executivo comunitário em Bruxelas.

A porta-voz lembrou que aquele organismo é “um pilar para o sistema” e sublinhou que Bruxelas acredita que há “um número de candidatos europeus muito qualificados que podem garantir a contribuição do FMI para a estabilidade da economia internacional”.

“Sei que há a tradição de que o diretor-geral seja europeu, mas não cabe à Comissão ter um papel neste processo”, insistiu.

A votação para a designação do candidato europeu à sucessão de Christine Lagarde na liderança do FMI começou cerca das 7:00 e está ainda a decorrer, com fontes do Ministério das Finanças francês a estimarem que ainda hoje seja possível conhecer o eleito entre os três nomes que permanecem na corrida.

Os Governos da União Europeia vão eleger entre o holandês Jeroen Dijsselbloem, antigo presidente do Eurogrupo, o governador do banco central finlandês, Olli Rehn, e a búlgara Kristalina Georgieva, atual ‘número dois’ do Banco Mundial, depois de o ministro das Finanças português, Mário Centeno, e da sua homóloga espanhola, Nadia Calviño, terem desistido da votação, em nome de um compromisso para um candidato comum entre os 28.

A votação, feita por correio eletrónico, está a decorrer “segundo as regras europeias de maioria qualificada”, que estipulam que o eleito tem de recolher o apoio de 55% dos países-membros representando pelo menos 65% da população da UE.

“Podem ser organizadas várias fases de votação, se for necessário”, precisou o ministério francês.

Incumbido pelos seus colegas europeus de coordenar as conversações para designar um candidato europeu à sucessão da francesa Christine Lagarde, o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, constatou na quinta-feira que não havia um consenso entre os 28 sobre qual o nome a indicar para a liderança do FMI, tendo decidido abrir uma votação.

Desde a sua criação, em 1944, aquela instituição foi sempre dirigida por um europeu, enquanto o Banco Mundial foi sempre liderado por um americano.

Lagarde, a primeira mulher a liderar o FMI, deixa o cargo para substituir Mario Draghi como presidente do Banco Central Europeu (BCE).