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70% do transporte de carga na Venezuela paralisado por falta de gasolina ou peças

Foto  EPA/RAYNER PENA
Foto EPA/RAYNER PENA

A Federação de Câmaras de Comércio da Venezuela (Fedecâmaras) denunciou ontem que 70% das viaturas que fazem transporte de carga no país estão paralisadas por falta de gasolina ou de peças de reposição.

“O problema não é as sanções dos Estados Unidos, é a falta de gasolina e de peças de reposição, situação que se o Governo não reconhece não pode solucionar”, disse o presidente da Fedecâmaras.

Em declarações à TV Venezuela, Carlos Larrazábal explicou que a falta de gasolina que afeta vários Estados do país tem feito aumentar o custo do transporte e origina “um problema grave, o da distribuição de alimentos e de produtos básicos”, principalmente no centro do país.

A Fedecâmaras acusa o Governo do Presidente Nicolás Maduro e instituições, como a empresa estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) de “negar a realidade” sobre o que acontece no país com a gasolina.

“A PDVSA diz que são ‘fake news’ e isso é uma falta de respeito pelos cidadãos”, frisou.

Segundo a Fedecâmaras, em 1999, quando o então Presidente do país, Hugo Chávez, chegou ao poder, a Venezuela produzia diariamente “três milhões de barris” de combustível.

“Este mês, a produção é de 500 mil barris diários, o consumo interno caiu quase 200 mil barris diários dos 700 mil que se consumia, ou seja, apenas consumimos um terço”, explicou.

Desde há mais de uma semana que vários Estados da Venezuela registam problemas no abastecimento de combustível.

Em Zúlia, por exemplo, populares queixam-se de que têm de fazer filas nas quais estão mais de 15 horas para abastecer as suas viaturas, nas poucas bombas que têm combustível.

A falta de combustível tem originado protestos da população e inclusive a detenção de pessoas que reclamam perante os militares que fazem seguranças aos postos.