Madeira

PSD Madeira contraria Conselho de Jurisdição e reitera que 2.500 militantes estão aptos a votar

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O PSD/Madeira reiterou hoje a sua posição quanto à votação dos 2.500 militantes nas eleições internas para a presidência do partido, vincando que “todos estão em condições de votar” e não apenas 104, como refere a secretaria-geral nacional.

“Esta é a posição do partido na Madeira”, afirmou à agência Lusa o secretário-geral dos social-democratas madeirenses, José Prada, remetendo para as conclusões da primeira reunião de 2020 da Comissão Política, que se realizou na terça-feira, no Funchal.

O PSD/Madeira responde, assim, ao presidente do Conselho de Jurisdição Nacional, Nunes Liberato, que afirmou hoje à Lusa que “os regulamentos aprovados não preveem exceções” mas não esclareceu o que fará este órgão caso o PSD-Madeira insista em aceitar que votem os 2.500 militantes.

Em causa na divergência da contabilização do número de militantes na Madeira está o modo de pagamento das quotas: segundo o regulamento de quotizações aprovado pelo Conselho Nacional do partido em novembro, este só poderá ser feito por multibanco (através de referência aleatória), cheque, vale postal (apenas autorizado para militantes com 60 anos ou mais), débito direto, cartão de crédito ou MB Way.

A maioria dos militantes na Madeira paga as quotas directamente na sede, sendo que apenas 104 cumprem os requisitos do novo regulamento.

A Comissão Política regional assume com “profunda consternação e sentimento de injustiça” as interpretações “contrárias e contraditórias” que têm vindo a ser manifestadas pelo partido a nível nacional, no que considera ser um “grave ataque à autonomia e aos estatutos” das estruturas regionais.

Por outro lado, refere que “nenhuma das recentes alterações” aos regulamentos nacionais do PSD modificou o funcionamento do PSD/Madeira nem a relação entre as estruturas regional e nacional, nomeadamente quanto ao recebimento de quotas e sua administração.

O PSD/Madeira sublinha que, ao longo de quarenta anos, a quotização dos militantes foi sempre realizada na região e que o procedimento em nada se alterou face ao passado, pelo que existem actualmente 2.500 militantes em condições de votar “nos moldes habituais”.

Pelo menos 40 mil militantes do PSD com as quotas em dia podem votar nas directas para escolher o próximo presidente, segundo dados provisórios disponibilizados no `site´ do partido após o encerramento dos cadernos eleitorais, em 22 de dezembro.

Na Madeira, apenas 104 militantes são contabilizados no `site´ oficial do PSD como aptos a votar, de um universo de mais de 10 mil militantes activos nesta região autónoma (com pelo menos uma quota paga nos últimos dois anos).

O presidente do PSD, Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o atual vice-presidente da Câmara de Cascais Miguel Pinto Luz são os três candidatos que disputam no sábado a presidência do partido em eleições diretas.

Se nenhum deles obtiver mais de 50% dos votos, a segunda volta realiza-se uma semana depois, dia 18, entre os dois candidatos mais votados.

O 38.º Congresso do PSD realiza-se entre 07 e 09 de fevereiro em Viana do Castelo.