Madeira

Miguel Guimarães sugeriu que Mário Pereira deixe a Direcção Clínica

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A garantia é-nos dada por médicos que participaram na reunião que juntou o bastonário da Ordem aos profissionais que trabalham no SESARAM, num encontrou que aconteceu, hoje à tarde, no Hospital Dr. Nélio Mendonça. Miguel Guimarães terá sugerido que Mário Pereira deixasse o cargo de director clínico, tão só por não ter o apoio dos seus pares.

Depois disso, um dos médicos presentes, que está com actual Direcção Clínica, pediu que houvesse uma votação de braço no ar para aferir o apoio existente a Mário Pereira. Miguel Guimarães começou por recusar, mas perante a insistência anuiu. Dos presentes, apenas cerca de uma dezena se manifestou favoravelmente, tendo os restantes ‘festejado’ o resultado de oposição.

Mário Pereira e Pedro Ramos estiverem no encontro, ainda que com a alegada discordância do bastonário, mas não terão intervindo.

O encontro terá sido muito tenso, com ânimos exaltados e até com apupos a alguns dos profissionais. Estiveram em confrontação as visões de quem apoia a nomeação e posse de Mário Pereira como director clínico, mas não só. Também a questão a Medicina Interna esteve em análise.

Nesta especialidade, quase 70% dos médicos subscreveram um abaixo-assinado, dirigido ao bastonário da Ordem dos Médicos a dizer que a directora de Serviço não preenche os requisitos para o cargo e que, desde que assumiu o cargo em Dezembro, já o demonstrou.

Perto do final da reunião, ao que nos descreveram, a directora da Medicina Interna terá acusado o bastonário de falta de ética, ao que este terá respondido que falta de ética é assumir cargos sem preencher os requisitos e divulgar notícias falsas na comunicação social.

Neste momento, cresce o número de médicos que afirmam que vão entregar a declaração a manifestar indisponibilidade para exceder o número de horas extra obrigatórias: 150. Uma adesão que parece ganhar dimensão na Medicina Interna, uma das especialidades essenciais ao funcionamento das urgências hospitalares. Nesta fase do ano, haverá muitos médicos que já excederam o limite em causa.

Ao que nos referiram alguns, isso não significa que deixem de realizar urgências imediatamente, mas é algo que ponderam fazer em breve, ou, pelo menos, deixar em aberto essa possibilidade.

Neste momento, nas partes, há quem reclame alguém que seja capaz de mediar o conflito e encontrar pontes de diálogo. Poderia, por exemplo, haver um compromisso para a manutenção de Mário Pereira no cargo durante ‘X’ meses, com esta e aquela função e este e aquele impedimento e, depois, ser feita uma avaliação e tomadas decisões mais permanentes.

Certo é que para a próxima semana, em dia a confirmar, haverá nova reunião dos médicos contestatários na sede da Ordem dos médicos na Madeira, para decidir os próximos passos na luta.