Madeira

Ireneu Barreto louva criação de Secretaria de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes

Liga denuncia existência de antigos combatentes a sobreviver “com carências de vária ordem”

None

“Nesta ocasião, em que celebramos também o 98.º aniversário da Liga dos Combatentes, quero salientar e louvar a criação, neste XXII Governo constitucional, da Secretaria de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes, no âmbito do Ministério da Defesa Nacional.” As palavras são de Ireneu Barreto e foram ditas, hoje, por ocasião da cerimónia que assinalou, entre outras datas, o 101º aniversário do armistício da II Grande Guerra.

Na intervenção, que protagonizou, junto ao Monumento aos Combatentes da Grande Guerra, Avenida do Mar no Funchal, o Representante da República para a Madeira acrescentou: “Há, naturalmente, um aspecto simbólico na criação desta Secretaria de Estado, mas há um ainda mais importante significado político e jurídico: o Estado reconhece a existência de deveres para com os Antigos Combatentes, cujos interesses passam a ter representação específica ao nível do Governo.”

“Esta nova Secretaria de Estado é a garantia de uma maior — e faço votos de que plena — satisfação dos direitos históricos dos Antigos Combatentes.”

Ireneu Barreto disse, ainda, estar convicto de que “o Estatuto do Antigo Combatente, que foi adiado nos últimos dias do anterior Governo, será, deverá ser uma realidade no mais curto prazo.”

“Esse Estatuto constituirá um elementar acto de justiça para com todos aqueles que deram o melhor das suas vidas ao serviço da Pátria. Não há, com efeito, outras funções que se possam comparar àquelas que são executadas pelas nossas Forças Armadas em frentes activas de combate.” E deixou um apelo: “Apoiar esses antigos combatentes, muitos deles sofrendo de stress pós-traumático, é um imperativo ético e de consciência.”

Antes, havia falado Bernardino Laureano, do núcleo Regional da Liga dos Combatentes, que também deixou um apelo para que o estado e os seus responsáveis “não se esqueçam dos seus combatentes (...). É tempo de ajudar quem precisa (...), não esquecendo os homens de cor”, que lutaram lado a lado com os demais, em especial, em África.

Há muitos antigos combatentes a sobreviver “com carências de vária ordem e sem qualquer apoio do Estado, o mesmo que os enviou para a guerra”, denunciou Bernardino Laureano.

A cerimónia foi a primeira de carácter nacional em que José Manuel Rodrigues participou na qualidade de presidente da Assembleia Legislativa da Madeira.

Além do 101º. Aniversário do Dia do Armistício da Grande Guerra, foram assinalados o 45º aniversário do Fim da Guerra do Ultramar e o 96º aniversário da Liga dos Combatentes.