Madeira

CDS enviou para a Justiça texto que o PSD chumbou há 3 anos

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O texto que serviu de argumentação ao pedido de constituição de uma comissão de inquérito parlamentar sobre “as opções políticas no sector da saúde, bem como a gestão clínica, administrativa e financeira do SESARAM”, onde estavam incluídos os cuidados de Medicina Nuclear, “os milhões investidos num investimento que não está ser usado, com prejuízos para o SESARAM, utentes e erário público”, e que foi chumbado pelo PSD, há três anos, em Maio de 2016, na Assembleia Legislativa da Madeira, foi entregue ao Ministério Público nesse mesmo ano - revelou esta sexta-feira o deputado do CDS-PP Mário Pereira, durante um encontro com a comunicação social junto à obra inacabada da incineradora do Hospital D. Nélio Mendonça.

Com a polémica em torno da Unidade de Medicina Nuclear a dominar a agenda política dos últimos dias, a revelação do parlamentar do CDS-PP confirma que não faltaram iniciativas para apurar o que há muito tempo se passa na saúde regional e em particular na Medicina Nuclear. “O CDS acompanhou sempre esta situação, ao ponto de há três anos ter solicitado uma comissão de inquérito na Assembleia da Madeira com um conjunto de situações extremamente graves”, historiou Mário Pereira, acrescentando: “Pedimos para ser investigada a situação da Medicina Nuclear, mas, em boa verdade, esta situação é apenas a ponta do icebergue de um conjunto de situações complicadas no SESARAM. Existem mais de 60 mil madeirenses à espera de exames, e isto é de todo inaceitável. Enviamos para a Justiça, em especial para o Ministério Público, todas as situações, aguardamos pelo desfecho dessa investigação”, revelou.

Mário Pereira diz, por outro lado, não compreender “como é que o Partido Socialista, que esteve tanto tempo distraído da área da saúde, só agora venha defender um conjunto de situações e políticas que no passado foram defendidas pelo Dr. Miguel Ferreira (antigo director clínico do SESARAM), como um conjunto de obras por acabar e o desperdício de dinheiros públicos que temos atrás de nós (apontando para o obra parada da incineradora que custou 2,8 milhões de euros)”, criticou o parlamentar do CDS-PP.

Os dinheiros públicos devem ser canalizados para “um melhor acesso à saúde”, em “questões úteis” para as populações e não “em projectos megalómanos”, disse, para finalizar: “O caminho que os profissionais de saúde e os utentes querem é o de mais e melhores cuidados de saúde”.