Madeira

Carlos Pereira defende plano estruturado para a Transição Digital

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O deputado Carlos Pereira considera “incontornável” nos dias de hoje, a existência de um plano para a Transição Digital, sendo que o Governo deve fixar este desafio na agenda dos portugueses para obter o envolvimento de todos.

O parlamentar madeirense falava esta tarde, na Assembleia da República, onde, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, encerrou um debate temático sobre Transição Digital. “O desafio da transição digital, imposto por este governo, traduz uma separação muito clara entre aqueles que defendem, defenderam e aplicaram em Portugal uma estratégia de competitividade assente no empobrecimento, reflectido em baixos salários, e aqueles que, como nós , e são cada vez mais, defendem um país cujo aumento da competitividade passa pelo aproveitamento do potencial do talento dos portugueses, pelo reforço dos índices de inovação, pela qualificação dos trabalhadores, pela criação de condições para que as empresas liderem os índices de I&D, como forma de assegurar que mais inovação chega ao mercado e, portanto, que gera mais riqueza e mais emprego qualificado”, começou por afirmar o vice-presidente da bancada parlamentar socialista.

Com esta iniciativa estratégica hoje debatida, Carlos Pereira salienta que o que se pretende é “contribuir para que a economia portuguesa trilhe um caminho baseado no conhecimento e que o necessário e indispensável aumento da produtividade se concretize com mais inovação e não com menos salários e/ou com a saída de portugueses do seu país, como infelizmente ocorreu noutros tempos”.

O deputado madeirense lembrou que entre 2011 e 2015 “Portugal desinvestiu de forma categórica na I&D”, observando nesse período a “maior queda na Europa” deste indicador em percentagem do PIB e comprometendo as metas do país no quadro europeu.

Referiu ainda que, apesar da significativa recuperação ocorrida nos últimos quatro anos, com um empenho notável dos empresários e com uma boa orientação do Governo, feita com medidas concretas, das quais se destacam a Indústria 4.0, os centros de interface e o programa Start up Portugal, “é preciso promover uma profunda revisitação às medidas, às estratégias e aos projectos”.

“Apesar de nos últimos 4 anos ter sido possível um aumento da despesa total em I&D para 1,37% do PIB, temos consciência que tudo isto, e já foi muito, ainda não é suficiente para que Portugal arrogue o estatuto de um país líder na inovação”, frisou.

Para o deputado, grande parte deste “colossal desafio” da transição digital da economia centrar-se-á no mercado global, sendo necessário “empresas ágeis, fortes e robustas”. Daí que o Estado deva “empenhar-se com o plano certo para criar o ambiente propício para que o tecido económico esteja preparado e com os instrumentos adequados para responder às necessidades de uma sociedade cada vez mais digital”, explicou.

O socialista deu ainda conta que a meta é atingir “um investimento global em I&D de 3% do PIB em 2030 e alcançar, numa década, um volume de exportações de 50% do PIB”.