Lavagem ao cérebro

As autoridades deste país têm vindo a servir-se da comunicação social para fazer uma lavagem ao cérebro dos portugueses levando-os a crer que o problema dos incêndios se deve à falta de uma gestão correcta da floresta portuguesa, da falta de limpeza dos terrenos, da plantação indiscriminada de eucaliptos, das condições climatéricas, etc, etc. Até se criou a designação de “época dos incêndios”. As pessoas referem-se a este fenómeno como se de uma tragédia se tratasse, a qual o ser humano não pode impedir, como acontece com os terramotos, por exemplo. O povo português anda tão adormecido que até nem reage quando alguém vai à televisão (RTP2, Jornal 2, 16-18 de Agosto), como foi o caso do presidente da Associação Portuguesa de Geógrafos, José Alberto Rio Fernandes, e se ouve este dizer que os incêndios são provocados profissionalmente, sabendo os incendiários como o fazer, ateando vários focos a fim de impedir um combate eficaz, e prossegue o discurso falando da necessidade, não de perseguir e castigar estes criminosos, mas de se fazer um mapa dos proprietários dos terrenos para os obrigar à sua limpeza, etc, etc, sempre com o mesmo discurso de que o mal está no desordenamento da floresta e não de quem a incendeia com fins lucrativos.

Há países altamente arborizados e sem grandes preocupações de ordenamento que no entanto não se vêem a braços com este flagelo.

Está na altura do povo português acordar e exigir que a Assembleia da República legisle de forma a que os incendiários e seus mandantes recebam uma pena efectiva de 25 anos e que paguem somas elevadíssimas pelos enormes danos causados ao país.

Filipa de Campos