Falar de púlpito

A campanha eleitoral continua, com diversos partidos em combate político. Tudo legal. No entanto, segundo li no DN de 14 do corrente, a TSF convidou Miguel Albuquerque e Paulo Cafôfo para um debate na rádio. Paulo Cafôfo aceitou, mas Miguel Albuquerque recusou, alegando indisponibilidade de agenda. No dia seguinte, fomos informados que Miguel Albuquerque pôs em causa o debate com o candidato do PS, uma vez que o CDS foi o Partido mais votado há quatro anos.

Realmente, os restantes partidos concorrentes às eleições de 22 do corrente, teriam o direito de reclamar, uma vez que também gostariam de falar dos seus programas políticos e ficariam desfavorecidos, caso o debate se fizesse a dois. Mas o cerne da questão não está aqui. M. Albuquerque, tal como AJJ, não quer expor-se em igualdade de circunstância com outro ou outros partidos, não aceita ser questionado em público, não vá o povo perceber as suas fraquezas políticas, as suas verdadeiras intenções. Sempre foi esta a posição do PSD-M: falar sozinho no púlpito. Assim, ninguém pode ripostar, levantar o véu e por-lhe a careca à mostra.

E o que pensam os eleitores destas questões? Não gostariam de saber as diferenças, as propostas e os propósitos do PSD e dos outros partidos? Ou ainda há alguém a dizer que “é tudo farinha do mesmo saco”? Para um analfabeto. os livros e os jornais são todos iguais, uma vez que não lêem nenhum. Acho melhor pensarem bem até à hora de meter o voto na urna, no dia 22 de Setembro. Depois do fecho das urnas já é tarde demais.

Os representantes dos partidos devem ter muito cuidado com as mesas de voto. Há 4 anos, houve problemas. Primeiro o PSD teria perdido as eleições, depois já tinha ganho e ficou por isso mesmo. São muitos partidos a concorrer, abram bem os olhos e não deixem passar gato por lebre.