Desporto

Quatro portugueses na luta pela vitória em diferentes categorias do Dakar 2020

Pela primeira vez a prova, que hoje é mais uma marca, decorrerá nos desertos da Arábia Saudita.   Foto REUTERS/Carlos Jasso/Arquivo
Pela primeira vez a prova, que hoje é mais uma marca, decorrerá nos desertos da Arábia Saudita. Foto REUTERS/Carlos Jasso/Arquivo

Quatro pilotos portugueses vão estar em luta pela vitória em diferentes categorias do Rali Dakar de todo-o-terreno, que arranca no domingo de Jeddah, na Arábia Saudita, e termina no dia 17, em Riade.

Se Paulo Gonçalves (Hero) regressa a uma prova em que já foi segundo classificado (2015), após um ano de ausência devido a lesão, o antigo ‘motard’ Ruben Faria assumiu o comando desportivo da equipa oficial da Honda nas duas rodas. Nos automóveis, o navegador Paulo Fiúza acompanha o francês Stéphane Peterhansel (Mini), que soma já 13 triunfos na prova.

Nos SSV, Pedro Bianchi Prata navega o piloto de ralis Conrad Rautenbach também com os olhos postos no triunfo.

À partida, o ‘motard’ Paulo Gonçalves é o mais comedido no discurso. “O principal objetivo é terminar. Assegurada essa parte, espero fazê-lo, se possível, com um bom resultado”, declarou à Agência Lusa o piloto de Esposende, de 39 anos.

Depois de cinco anos na equipa oficial da Honda, o antigo campeão nacional de motocrosse, supercrosse e enduro, ingressou na indiana Hero.

“A mota é boa, equilibrada e fiável. A prova vai ter muita areia mas também pistas em rios secos, com muita navegação. São cerca de cinco mil quilómetros de especiais, o dobro do ano passado. A regularidade vai ser um fator determinante”, disse o piloto de Esposende a caminho do seu 13.º Dakar.

Este ano, dá-se o facto de ser companheiro de equipa do cunhado e antigo rival das pistas de motocrosse, Joaquim Rodrigues Jr. “Cada um vai tentar fazer o seu melhor. Não valorizo em demasia o facto de sermos cunhados”, sublinhou Paulo Gonçalves.

Já Ruben Faria, que em 2019 também integrou a estrutura da Honda, é o novo diretor desportivo da equipa que vai tentar interromper o domínio da KTM, que vence há 18 anos consecutivos.

“Trabalhámos imenso para esta prova, fizemos vários testes e, no Japão, estão a dar o máximo. Este é o ano em que os pilotos estão em melhor forma física”, destacou o algarvio, responsável por gerir uma equipa com 30 pessoas: “Não é uma tarefa nada fácil. Temos elementos de várias nacionalidades, diferentes culturas e é preciso satisfazer todos.”

Nos automóveis, o navegador Paulo Fiúza foi o escolhido para, à última hora, substituir a alemã Andrea Mayer, que deveria acompanhar o seu marido, o francês Stéphane Peterhansel. “Para mim, é uma honra”, disse à Lusa o navegador, natural de Mafra.

Com 13 vitórias na competição, seis em mota e sete em carro, Peterhansel é conhecido como o ‘Sr. Dakar’. Por isso, lutar pela vitória “será natural”, explicou o navegador português, que já acompanhou, entre outros, os portugueses Carlos Sousa e Ricardo Leal dos Santos, além do argentino Orlando Terranova.

“Como já era membro da equipa, estava na calha para o que fosse preciso”, explicou, depois de Andrea Mayer não ter recebido autorização médica para competir na sequência de um acidente sofrido na preparação para esta prova.

Quem também parte com ambições de lutar pela vitória, mas nos SSV, é o antigo ‘motard’ Pedro Bianchi Prata.

“Temos uma boa equipa, um bom piloto e um bom carro. O meu objetivo é não falhar na navegação. Se isso acontecer, o lugar vai ser bom”, disse Bianchi Prata, que habitualmente ministra cursos de navegação em Marrocos ao longo do ano.