Que mal fizemos ou fazemos a Deus?

Só pode ser castigo Divino. Não encontramos outra razão para justificar as tragédias constantes que atingem este triste País.

UM Portugal que coloca centenas e centenas de pessoas ao seu serviço para ser protegido, com o dever e obrigação - para isso algumas são principescamente pagas - de defenderem os seus bens e dar aos seus cidadãos a segurança de que necessitam em todas as áreas das suas vidas, para que possam ter um dia a dia tranquilo e feliz.

Daí que, como se sabe, ao longo dos anos o que menos tem faltado são Ministros, Secretários de Estado, que têm ao seu dispor milhentas pessoas de ambos os sexos para os ajudar nas suas presumíveis tarefas de governarem o País.

O mesmo acontece na Assembleia da República e nas assembleias regionais onde o País tem, presumivelmente, o triplo dos deputados necessários, na missão patriótica - pensamos nós - de poderem vigiar e, consequentemente, alertar para as possíveis e naturais falhas dos respectivos governos.

Câmaras Municipais - pelo que nos dizem - cheinhas como um ovo, de pessoas altamente qualificadas em variadas áreas. Mais Juntas de Freguesia, mais Institutos disto e daquilo, mais outras tantas Repartições a abarrotar de pessoal - que também nos dizem - devidamente habilitado para o desempenho das suas variadas funções, certamente não só para acudir às desgraças, mas para preveni-las e, ainda assim, o mal a todos escapa e provoca as calamidades que verificamos.

Algo não bate certo. O que nos tem acontecido - especialmente nos últimos anos – só pode ser castigo de Deus ou obra de satanás.

São os incêndios que queimam, matam e destroem, são os acidentes rodoviários que, diariamente, provocam feridos e, por vezes, também mortes, são os mais hediondos e inconcebíveis atos de violência espalhados um pouco por todo o País, enfim, é tudo aquilo de triste e por vezes de macabro que todos os dias através da Comunicação Social nos entra em casa de hora a hora.

Há coisas, evidentemente, que não estão ao alcance do homem de todo o evitar, mas outras – a maioria – é totalmente da responsabilidade humana.

Contudo, ninguém se deve admirar, tudo isto não passa do Corolário lógico do abandalhamento, da irresponsabilidade, da insensatez que se instalou no País, em conjunto com uma falta de princípios, de valores morais e não só, trazidos – sobretudo através da política - em princípio, por bandos de ressabiados do antigo regime e que variados grupos de incompetentes à sombra de uma liberdade que se confunde com libertinagem e de uma hipócrita democracia têm vindo a dar continuidade.

Esta última tragédia do Elevador da Glória é só mais uma a juntar-se a outras que nos tem batido à porta nos últimos anos e que, tal como as demais, a responsabilidade morrerá solteira.

Haverá Peritagens, averiguações, opiniões diversas de quem sabe e de quem nada daquilo percebe, acusações, oportunismo político - habituais nestes casos - para se chegar provavelmente à conclusão de que foi “o material gasto pelos anos de uso” ou erro humano onde se dá conta do erro, mas não se descobre o humano ou humanos.

Pela “peritagem” que fizemos, meus amigos, a conclusão a que chegamos, é esta:- Coitados dos que perderam a sua vida, dos que aqui ficaram a lamentar e a chorar a morte prematura dos seus entes-queridos e que de um momento para outro vêm as suas vidas mudarem certamente para pior.

Para o País deixamos um conselho. O melhor e já mudar a cor da bandeira para preta, pois o País cada vez tem mais motivos para estar de luto todos os dias.

Juvenal Pereira