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Maior rajada de vento do 'Gabrielle' foi de 123 km/hora no Faial

Foto astronauta Jonny Kim/Estação Espacial Internacional
Foto astronauta Jonny Kim/Estação Espacial Internacional

A maior rajada de vento registada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera desde que a tempestade pós-tropical Gabrielle começou a atingir o arquipélago dos Açores, na noite de quinta-feira, foi de 123 quilómetros/hora, no Faial.

"Em termos de vento, a ilha que tem registado rajadas mais intensas é o Faial. A rajada máxima foi registada às 02:10 locais [mais uma hora em Lisboa] e foi de 123 quilómetros por hora", disse à agência Lusa, num ponto de situação pelas 03:00 locais, a meteorologista Rita Mota, da Delegação Regional dos Açores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Já quanto a precipitação, adiantou, os maiores valores acumulados "têm sido registados na ilha Graciosa".

"Até ao momento, o valor máximo acumulado numa hora é de 21 milímetros, e foi registado entre as 01:00 e as 02:00", revelou.

Ainda relativamente à precipitação, Rita Mota referiu que as ilhas do Faial e do Pico "já estão com um pouco menos", contudo, em relação ao vento, as populações "ainda deverão estar atentas às indicações que têm sido veiculadas pelo Serviço de Proteção Civil".

"Em termos de precipitação, as ilhas mais a norte no grupo Central [Pico, Faial, Graciosa, Terceira e São Jorge] têm que ter algum cuidado, especialmente Graciosa e Terceira. Depois, entre as 06:00 e as 09:00, o vento deverá começar a desintensificar nas ilhas de Faial, Pico e São Jorge e intensificar um pouco mais na Graciosa e Terceira", adiantou.

Quanto ao grupo Ocidental (ilhas das Flores e Corvo), "devido ao ajuste da trajetória mais para Sul Sueste, acabou por não ser tão afetado" pelo vento.

"Tem tido alguns períodos de precipitação pontualmente mais intensa mas, para já, não tem passado disso e, ao longo das próximas horas, deverá começar a registar uma melhoria", acrescentou.

O grupo Central terá, durante a madrugada e início da manhã, "algumas cautelas", tudo indicando que também ao início da manhã, as ilhas mais a Oeste, já registem "uma melhoria", a começar por Faial e Pico, seguindo-se Graciosa e Terceira.

Rita Mota admitiu, ainda, que, até às 09:00 locais, as preocupações devem manter-se, "em especial no grupo Central".

"Não é de se descurar também, ainda durante o início da manhã, entre as 06:00 e as 09:00, que possa haver um ligeiro aumento da intensidade do vento também no grupo Oriental [São Miguel e Santa Maria], e em especial na ilha de São Miguel", acrescentou.

O ciclone tropical Gabrielle que atinge os Açores deixou de ser um furacão de categoria 1 e passou a ser uma depressão pós-tropical, segundo o IPMA.

"O que até agora era denominado furacão Gabrielle, perdeu algumas das suas características que o denominavam furacão. Neste momento, a melhor designação que se aplica é um ciclone pós-tropical", disse à agência Lusa já esta madrugada a meteorologista Tânia Viegas, da Delegação Regional dos Açores do IPMA, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Contudo, acrescentou, "isto não significa necessariamente -- e é o que é válido neste caso -, que tenha perdido intensidade ou que as rajadas de vento passem a ser menores".

O ciclone tropical Gabrielle começou a atingir os Açores pelas 22:00 locais de quinta-feira e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê que o "período mais crítico" seja durante a madrugada.

As ilhas dos grupos Central (Pico, Faial, Graciosa, Terceira e São Jorge) e Ocidental (Flores e Corvo) mantêm-se sob aviso vermelho -- o mais grave numa escala de três -- devido às previsões de precipitação, vento e agitação marítima.

O Governo Regional declarou situação de alerta até às 18:00 de sexta-feira, nos grupos Central e Ocidental, proibindo determinadas atividades.

Nestas ilhas, foram também encerrados serviços públicos não urgentes e essenciais, incluindo escolas.

 Proteção Civil apela a que a população mantenha as medidas de autoproteção

O presidente da Proteção Civil dos Açores apelou ainda de madrugada à população para que mantenha as medidas de autoproteção, devido à tempestade pós-tropical Gabrielle, adiantando que o período mais crítico a ocorrer entre as 03h00 e as 09h00 (locais, 10h00 na Madeira).

"As entidades continuam no terreno, as medidas estão no terreno. Continuamos preparados. A situação não passou e vamos agora partir para o período crítico, esta madrugada, em pormenor das 03:00 às 09:00", afirmou o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, Rui Andrade, num ponto de situação, em Angra do Heroísmo.

Previa-se que o ciclone tropical Gabrielle passasse pelos Açores como furacão de categoria 1, mas entretanto passou a tempestade pós-tropical.

Ainda assim, o presidente da Proteção Civil alertou que as características do ciclone mudaram, mas a tempestade mantém a força de furacão.

"A designação de pós-tropical significa que está a perder características tropicais, no entanto, mantém força de furacão", salientou.

Segundo o responsável da Proteção Civil açoriana, até ao momento não foram registadas ocorrências provocadas pela tempestade.

"Já se começam a verificar alguns efeitos no grupo Central. No grupo Ocidental o agravamento do estado do tempo não foi tão intenso quanto expectável, ainda que se tenha registado alguma precipitação", revelou.

Rui Andrade disse que "a situação não é tão gravosa quanto inicialmente se esperava", mas apelou à população para que mantenha as medidas de autoproteção.

"Tem força de furacão. Isso significa que tem potencial e, nesse sentido, impõe-se uma mensagem de manutenção do estado de prontidão de todas as entidades, a necessidade de a população continuar a adotar comportamentos responsáveis e as medidas de autoproteção, evitar a todo o custo a exposição ao risco", reforçou.

A tempestade pós-tropical encontra-se neste momento entre os grupos Ocidental e Central, mas é expectável que "às 06:00 de hoje se encontre a 50km a sudoeste da ilha Terceira, entre a Terceira e São Jorge".

"Estamos à espera de uma intensificação do estado do tempo. Em média, os ventos esperados para o grupo Central andam na ordem dos 120 km, podendo chegar aos 150 km/hora", adiantou o presidente da Proteção Civil dos Açores.

As previsões apontam para uma "diminuição da altura significativa das ondas", situando-se nos seis metros, com uma altura máxima compreendida entre os oito e 10 metros.

Rui Andrade ressalvou que estes fenómenos são "altamente imprevisíveis" e "muito dinâmicos", podendo registar-se alterações nas previsões.

"Vamos continuar com a mesma prontidão, com a mesma vigilância e em contacto permanente com os vários serviços municipais e entidades ativas neste momento, para garantir em permanência e com total prioridade a segurança das populações", assegurou.

O ciclone tropical Gabrielle começou a atingir os Açores pelas 22:00 locais (23:00 em Lisboa) de quinta-feira e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê que o "período mais crítico" seja durante a madrugada.

As ilhas dos grupos Central (Pico, Faial, Graciosa, Terceira e São Jorge) e Ocidental (Flores e Corvo) mantêm-se sob aviso vermelho - o mais grave numa escala de três - devido às previsões de precipitação, vento e agitação marítima.

O Governo Regional declarou situação de alerta até às 18:00 de sexta-feira, nos grupos Central e Ocidental, proibindo determinadas atividades.

Nestas ilhas, foram também encerrados serviços públicos não urgentes e essenciais, incluindo escolas.