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Turismo Madeira

“Algumas tensões de saturação já são notórias nos transportes”

José Manuel Viegas alerta para desafios da mobilidade na Madeira

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Foto ASPRESS

Na XVII Conferência Anual de Turismo da Ordem dos Economistas – Delegação Regional da Madeira, o professor José Manuel Viegas, da consultora TIS, analisou o impacto do crescimento turístico nas infra-estruturas e na mobilidade da Região.

O especialista destacou que “o turismo tem um peso muito elevado na economia da Madeira, cerca de 30% do PIB”, mas advertiu que já se notam “algumas tensões de saturação sobre partes do sistema de transportes”, com congestionamentos visíveis em determinados pontos.

Segundo Viegas, o transporte público mantém “baixa atractividade para os visitantes”, por estar demasiado orientado para residentes e apresentar informação inadequada. O próprio orador relatou a experiência de tentar visitar a Madeira apenas de transportes públicos: “as minhas opções eram limitadas e o esforço de busca foi enorme”.

Entre as soluções propostas, apontou a promoção do uso do transporte público com roteiros turísticos dedicados, a electrificação da frota de autocarros, o estímulo ao transporte partilhado e o incentivo aos modos activos, como bicicleta e mobilidade pedonal, assente numa rede ciclável segura.

Defendeu igualmente a necessidade de limitar o acesso de automóveis ligeiros de visitantes, rent-a-car e TVDE a determinadas zonas, bem como evitar a concentração excessiva de autocarros turísticos junto a pontos de interesse.

“O fundamental é gerir melhor a utilização do espaço público e manter a elasticidade do sistema, sem recorrer a limitações que possam deixar os visitantes mal servidos”, frisou, defendendo a adopção de conceitos de smart city, com monitorização e avaliação em tempo real.

Para Viegas, preservar o equilíbrio passa por políticas dirigidas tanto à oferta como à procura, lembrando que “a Madeira continua a ter o enfoque quase exclusivo na população residente, quando precisa também de olhar para quem a visita”.