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Acusado de tentar matar Trump abre julgamento com referências a Hitler, Putin e Israel

Ryan Routh no momento da detenção há um ano.   Foto DR
Ryan Routh no momento da detenção há um ano.   Foto DR

Ryan Routh, acusado pela tentativa de homicídio do Presidente dos EUA, enquanto Donald Trump jogava golfe durante a campanha presidencial de 2024, iniciou na quinta-feira o seu julgamento com um discurso que incluiu referências a Hitler, Putin e Netanyahu.

Routh escolheu defender-se a si mesmo em tribunal, uma vez que recusou o advogado atribuído, num julgamento que começa quase um ano depois de um dos agentes dos serviços secretos o ter detetado antes de Trump aparecer e disparou, fazendo Routh largar a arma e fugir do local.

O homem fez as suas declarações iniciais no julgamento, que está a decorrer no distrito sul da Florida (oeste), em Fort Pierce, com a juíza Aileen M. Cannon a interrompe-lo por "gozar com a dignidade do tribunal", de acordo com informações da imprensa com acesso ao tribunal citadas pela agência Efe.

"Peço desculpa por vos ocupar o tempo e causar transtornos nas vossas vidas, peço desculpa", frisou Routh ao júri numa declaração que incluiu também referências à evolução humana e aos irmãos Wright, inventores do avião.

"Este caso não significa absolutamente nada. Uma vida foi vivida ao máximo", acrescentou antes de a juíza o impedir de continuar a falar.

O procurador que representa o Governo federal, John Shipley, proferiu uma mensagem com mais de 40 minutos de duração na qual acusou o suspeito de querer "tirar a decisão aos eleitores norte-americanos" ao tentar assassinar Trump em setembro de 2024, dois meses antes das eleições presidenciais.

O procurador acusou Routh, um trabalhador da construção civil de 59 anos da Carolina do Norte, de planear o ataque desde o verão passado, usando três pseudónimos e 10 telemóveis.

E sublinhou que o arguido tinha um plano "cuidadosamente elaborado e sério" para assassinar o atual Presidente e leu mensagens em que afirmava que "Trump não pode ser eleito" e "precisa de sair".

O julgamento, que deverá terminar em 01 de outubro, está a atrair renovadas atenções por ter ocorrido um dia após o assassinato de Charlie Kirk, um ativista conservador de 31 anos próximo de Trump, que culpou a "esquerda radical" pelo homicídio.

Além disso, o suspeito está a defender-se a si mesmo apesar das recomendações da juíza, enquanto os procuradores o acusam de estar a encenar "um circo" para tentar prejudicar a imagem do magnata republicano.

O homem declarou-se inocente em setembro de 2024 das cinco acusações que enfrenta, incluindo tentativa de assassinato de um candidato presidencial, posse de arma de fogo para promover um crime de violência e agressão a um funcionário federal.