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Fact Check Madeira

Vale a pena fazer a separação de lixo?

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A separação do lixo é, cada vez mais, um imperativo em prol do ambiente, sendo lançadas várias campanhas de sensibilização junto da população, com especial incidência junto dos mais novos. Este é um tema que leva também a uma série de comentários.

Nas redes sociais está a circular uma publicação em que uma cidadã, aparentemente estrangeira, questiona o processo de recolha do lixo selectivo na cidade do Funchal, dizendo que estavam a ser colocados resíduos diferentes no interior do mesmo carro do lixo e questionando se vale a pena fazer-se a separação do lixo.

Numa análise à imagem, aproximando-a, percebemos que tanto no contentor azul, com no contentor amarelo, estão papéis e cartões. Fonte da autarquia afirma que esta é uma situação algo comum: quando uma empresa ou munícipe não tem contentores suficientes de uma cor, deposita em cores diferentes, dando a sensação, para quem vê, de que se está a misturar o lixo. No entanto, dá a garantia de que a separação de lixo é feita de maneira correcta.

De qualquer das formas, o lixo recolhido no concelho do Funchal é posteriormente transferido para a Estação de Transferência e Triagem de Resíduos Sólidos do Funchal, onde é feita a devida triagem e encaminhamento para o destino final mais adequado, nomeadamente a reciclagem. No total, o Funchal possui cerca de 337 ecopontos públicos ao dispor da população. Já o sistema de recolha selectiva de papel, de embalagens de papel e cartão, de vidro, de plástico e de metal no Município do Funchal é feita porta a porta e no mesmo dia.

Os horários da recolha dos resíduos podem ser consultados on-line, no site oficial da Câmara Municipal do Funchal.

Desde 2003, uma alteração ao Regulamento de Resíduos Sólidos e de Comportamento Poluentes no Concelho do Funchal impôs a “obrigatoriedade da separação dos resíduos recicláveis em superfícies comerciais, unidades hoteleiras, condomínios, bares e restaurantes, possibilitando deste modo aos serviços municipais encaminhá-los para a devida reciclagem”.

Ainda no passado mês de Junho, no âmbito da apresentação do projecto ‘Funchal Zero Waste’, a vereadora Nádia Coelho apontou que o Município do Funchal já superou a meta da Estratégia de Resíduos de Madeira para 2025, com uma taxa de preparação para reutilização e reciclagem de 28,6%. A percentagem inicialmente estabelecida era de 25%. No entanto, a autarca admitiu que “ainda há um caminho a percorrer, no que diz respeito à reciclagem, reforçando a recolha porta-a-porta e apresentando soluções que evitem ao máximo a contaminação dos resíduos depositados”, salientou.

O plano é o de que, até 2030, o Funchal atinja uma percentagem de 50% de taxa global de recolha selectiva. “Cada embalagem evitada, cada objeto reutilizado, cada grama de lixo que não vai parar ao aterro ou ao oceano faz a diferença”, disse Nádia Coelho.

Quando colocamos resíduos no lixo comum, estes são apenas transportados para a Meia Serra, onde são incinerados. Quando reciclamos, evitamos a extracção de mais recursos naturais, pois os materiais reciclados podem ser incorporados noutras embalagens ou produtos. No caso do vidro, pode ser reciclado infinitamente sem perder qualidade. Aliás, os recipientes de vidro reciclado demoram menos tempo a ser fundidos, pelo que ainda contribuem para a redução de energia. No caso do cartão e papel, estamos a reduzir o abate de árvores para fazer a pasta de papel.

Uma utilizadora questionou se vale a pena fazer a separação de lixo e se o seu tratamento é feito de forma correcta.