As novas proibições para estrangeiros na admirável Tanzânia
A República da Tanzânia é para quem não sabe um Estado Africano que faz fronteira com um país que me diz muito, Moçambique. Dela faz parte um destino muito procurado nos dias que correm, de nome Zanzibar, que faz as delícias de muitos turistas que procuram espaços de lazer mais exóticos e temperaturas tropicais. O arquipélago banhado pelo Oceano Índico é um autêntico paraíso ao largo da costa Africana. Mas a crónica de hoje não incide sobre as muitas maravilhas que por lá se observam. O Governo local num decreto publicado recentemente (28 de Julho para ser mais concreto) definiu para os estrangeiros uma proibição de participar em 15 sectores da economia considerados críticos para os empresários tanzanianos vistos como cruciais para geração de rendimento e criação de emprego. Entre as áreas afetadas estão as transferências móveis de dinheiro, guias turísticos, mineração, salões de beleza, compra de produtos agrícolas, lojas de souvenirs e operações de comunicação como rádio ou televisão. Esta medida foi muito bem recebida pela população que tem visto os pequenos negócios serem invadidos por cidadãos de outras nacionalidades na sua maioria chineses.
Quem não achou muita piada a esta nova decisão foi a Comunidade da África Oriental (CAO) que vê nestas medidas uma restrição à livre circulação de pessoas e comércio entre os seus 8 Estados tendo inclusivamente o Quénia apresentado a sua indignação de forma pública falando-se inclusivamente num corte de relações entre os 2 países. Isto reflete bem o que se vive um pouco por todo o Mundo no que respeita ao tema da imigração e da capacitação dos estrangeiros de se afirmarem de forma quase livre noutras latitudes. Está por isso longe de ser um assunto restrito dos portugueses mas que vai estando na ordem do dia internacionalmente. Dos Estados Unidos à Europa passando por África e pela Ásia, a discussão permanece bem viva e cada vez mais vincada. O problema prende-se sobretudo com a organização das sociedades e a falência das mesmas, com a capacidade e os seus limites para recebermos novas pessoas, de conseguirmos garantir condições dignas para todos. Existe uma preocupação cada vez maior com os temas da segurança, da descaracterização das culturas por conta dos turismo e desse formato de aculturação de povos e indivíduos.
Lembrou há pouco tempo alguém uma frase do socialista Almeida Santos muito apropriada para o momento. “Mário Soares e Vasco Gonçalves pediram-me uma lei generosa. Respondi: Não faço. Só tem nacionalidade quem pelo menos é bisneto de português pelo nascimento. Senão o país vai ao fundo.” Existiu durante alguns anos uma disponibilidade para receber de forma quase indiscriminada, imigrantes, por necessidade de mão de obra mais barata mas também por um certo complexo decorrente de uma suposta superioridade moral que pretendia condescender com os mais fracos para mostrar que eram diferentes e estavam acima de qualquer tipo de discriminação. A verdade é que as comunidades estrangeiras foram crescendo em alguns casos de forma brutal em certos países, criando problemas de integração, de cultura e de segurança. Se muitos vieram por bem outros tendem a não se conseguir (ou querer) adaptar fazendo assim perigar o futuro de quem defende as tradições e as formas de estar de sempre.
Casos como os da Tanzânia vão por isso ser cada vez mais habituais e a reformulação do Mundo vai por isso sofrer uma nova configuração. Entre os que acham que os territórios não são de ninguém e todos têm o direito de se estabelecer da forma que querem em qualquer parte e os que defendem que os países são em primeira instância de quem lá vive e que por isso há que respeitar regras e culturas, a “guerra” está aberta e não será de fácil resolução. Veremos as cenas dos próximos episódios…
Frases soltas:
Nas últimas semanas tem-se registado um aumento substancial das temperaturas como é habitual no nosso país. Como tal o risco de incêndios faz com que todas as precauções sejam poucas. O problema é que vêm aí eleições autárquicas o que faz com que os municípios queiram por tudo “alegrar” as suas populações. Com o agravamento dos incêndios rurais foi lançado um alerta que proibia entre outras coisas os fogos de artifício a partir da meia noite de um dos últimos domingos. O que fizeram algumas Câmaras? Anteciparam em meia hora o lançamento dos mesmos para que a festa se fizesse na mesma… Nacional chico-espertice.
Em Espanha, mais concretamente em Múrcia, a comunidade muçulmana foi proibida de se servir dos espaços públicos para celebrar dois importantes eventos religiosos. O Eid al-Fitr que define o fim do Ramadã e o Eid al-Adha. A decisão deverá ser contestada e considerada inconstitucional ainda assim é mais um caso em que as populações locais se insurgem contra as comunidades muçulmanas.