Uma birra entre duas crianças, é o que parece esta desavença entre o presidente dos Estados Unidos da América e o homem mais rico do Mundo, dono de empresas como a Tesla, SpaceX ou rede social X. Com uma pequena diferença, é que estes dois homens têm muitas e importantes responsabilidades. Não é que seja de todo surpreendente dada a instabilidade comportamental quer de um quer de outro mas de facto nem parecem os mesmos que há pouco tempo faziam juras de amor em plena Sala Oval da Casa Branca, onde o multi-bilionário aparecia de chapéu com o filho às cavalitas tendo sido nomeado para conselheiro especial, responsável pelo programa DOGE ( Departamento de Eficiência Governamental ) que mais não era do que uma equipa especial que tinha como objectivo cortar gastos e gorduras do Estado. O verniz estalou definitivamente com a apresentação do novo projecto lei sobre impostos e gastos que Musk diz poder levar o país americano à bancarrota na próxima década. Seguiram-se uma série de acusações de parte a parte e pelo meio foi anunciada a saída de Elon do referido departamento.

Fazendo uma breve recapitulação da semana para quem esteve menos atento às noticias internacionais. Dia 28 de Maio Musk assumiu-se “dececionado” com a nova legislação. Dia 2 de Junho Trump anunciou o novo projecto de Lei apelidando-o de “grande e belo”. No dia seguinte Elon apelidou-o de “massivo, ultrajante e repleto de gastos”, uma “abominação”. Depois de referir que iria levar o país à bancarrota no dia 4, recuperou posts antigos do presidente que criticava o excesso de gastos em administrações anteriores. Dia 5 Trump ao lado do chanceler alemão, disse que tinha tido uma grande relação com Musk mas que não sabia se continuaria a ter dizendo que o bilionário estava apenas preocupado com os cortes nos subsídios que afetariam as suas empresas. Ainda no mesmo dia Musk disse que não podiam existir orçamentos e contas “gordas e belas” ou eram “gordas e feias” ou “belas e magras”. Seguiram-se ameaças de parte a parte com Elon a dizer que o processo Epstein que envolve altas figuras americanas envolvidas num escândalo sexual com menores, também incluía Trump e que esse era o motivo para não ter ainda vindo a público. O presidente ripostou definindo as palavras como “lamentáveis” e assumindo que era sua intenção cortar todos os subsídios das empresas onde o dono da Tesla estivesse envolvido.

É caso para dizer que “zangam-se as comadres, sabem-se as verdades”. O que é facto é que tudo aquilo que tem rodeado a administração americana nos últimos tempos está envolto em polémica mas acima de tudo denota enorme instabilidade nos seus mais altos representantes o que é um sinal muito preocupante para os mercados e como consequência muito perigoso para o País. Quando temos um homem à frente dos destinos dos EUA que diz e se desdiz num ápice, que apresenta impostos e taxas às importações comprando guerra com quase todos os países do Mundo e parece tratar a guerra na Ucrânia como uma oportunidade de mercado, isso diz muito do que é o seu pensamento e sobre as condições que tem para governar um País. Cada dia parece ser uma novidade com observações que roçam o ridículo, comportamentos tontos e infantis e atitudes que nos levam a pensar o que andamos todos a fazer no planeta para que este homem tenha chegado ao poder. Já Musk não parece muito melhor. Torna-se por demais evidente que aceitou o cargo em questão para que pudesse manipular por dentro com objectivos bem claros de ganhos pessoais assegurando os seus interesses e quando os mesmos foram postos em causa bateu com a porta. Agora ameaça financiar os opositores democratas ou criar um novo partido. É ver quem berra mais alto ou quem bate com mais força. Voltámos ao Jardim Escola.

Frases Soltas:

A Seleção Portuguesa tem neste domingo a oportunidade de vencer novamente a Liga das Nações tornando-se no primeiro país a repetir a façanha. Desta vez contra os nossos vizinhos espanhóis. Que a força e inspiração da Padeira de Aljubarrota lhes deem a devida energia para que possamos trazer novamente a taça para casa quebrando um enguiço de não vencer Espanha (em competições oficiais) há mais de 20 anos!

As eleições Presidenciais estão ao rubro, relevando as Autárquicas para segundo plano. Gouveia e Melo, Marques Mendes, Seguro e muito provavelmente um nome mais à esquerda começam a jogar as suas cartadas faltando perceber como se vai posicionar o Chega. É no entanto bom não nos esquecermos que as eleições para as nossas Juntas e Câmaras espalhadas pelo país são mais importantes do que essas. O poder local é decisivo para o desenvolvimento de Portugal.