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Muito obrigada

Começo este artigo, com um “muito obrigado”, à nossa comunidade que está tão bem integrada na África do Sul. Uma comunidade trabalhadora, empreendedora e de uma enorme resiliência para enfrentar todas as dificuldades.

Foi com enorme emoção que iniciei a visita, a este magnífico país pela cidade do Cabo. Uma cidade que fazia parte do meu imaginário desde criança. Desde a mais tenra idade lembro-me de olhar para o porto do Funchal e de ouvir as histórias dos vapores ingleses que aportavam no Funchal e por onde seguiram inúmeros madeirenses há centenas de anos à procura de um futuro melhor e com a esperança num novo recomeço.

Todos nós ouvimos as histórias do Cabo das Tormentas e do enorme feito histórico dos exploradores portugueses Bartolomeu Dias e Vasco da Gama que o conseguiram ultrapassar e descobrir o novo caminho marítimo para a Índia.

E do Cabo que das Tormentas passou a Cabo da Boa Esperança para todos.

Não poderia ter começado melhor esta visita à África do Sul, do que por esta cidade. Uma cidade entre as montanhas e as histórias e onde a nossa presença continua fortíssima.

E comecei a visita por Woodstock, conhecida por “little Madeira” numa missa especial de celebração do 25.º aniversário de ordenação do Sr. Padre Ivaldo, na qual tive o privilégio de participar rodeada de membros da comunidade madeirense.

A esta bela celebração, seguiu-se a colocação de flores em memória do Papa Francisco e a visita à festa de Santa Inês, uma festa organizada há vinte e sete anos e que contou com as iguarias da nossa gastronomia e com a nossa identidade cultural.

Por aqui respira-se e sente-se Madeira. E que bom que é sentirmo-nos em casa com o carinho e a hospitalidade de todos.

Seguiu-se a visita a Pretória e a Joanesburgo, locais onde a presença da nossa comunidade também continua bem presente. Foi um privilégio testemunhar a forma como a nossa comunidade continuar a celebrar o Dia do Trabalhador e a manter as tradições da nossa Região, visitar as explorações agrícolas em Benoni, com produtos bem nossos, como a cenoura do Porto Moniz e reunir com os nossos Conselheiros e com os jovens luso-descendentes.

Foi muito emocionante visitar o Lar de Santa Isabel e conviver com os nossos idosos, ouvir as suas histórias de vida, testemunhar o seu amor pelas flores e contemplar as trocas centenárias das mesmas entre a Madeira e a África do Sul bem presentes naquela e na nossa paisagem.

A minha visita à África do Sul terminou “a respirar e a sentir” novamente a Madeira, numa festa magnífica da nossa comunidade em Malelane, perto da fronteira com Moçambique, a ouvir o Grupo Folclórico da Casa de Madeira de Pretória e o empático cantor madeirense Miro Freitas.

É impressionante a forma como a nossa cultura está tão bem presente neste país, que conta com uma das maiores comunidades portuguesas no mundo.

Na bagagem levo muitas recordações e a ternura da nossa comunidade.

Esta foi uma viagem de emoções, de sentimentos que dificilmente se conseguem descrever em palavras, do carinho e do amor de uma comunidade que trabalha arduamente, que persiste em não desistir deste país e que vive intensamente na incerteza do dia de amanhã.

A todos o meu muito obrigada!