O que são 'bebés reborn' e porque têm causado polémica?
Apesar de existirem há vários anos, a verdade é que mais recentemente estes bonecos começaram a ser mais falados, devido a várias polémicas.
Os bebés reborn estão envoltos em polémica desde que, há semanas, começaram a aparecer casos de pessoas que tratam estes objectos como crianças reais, exigindo que outros os tratem da mesma forma. Mas os bebés reborn não são algo novo, pese embora sejam desconhecidos pela maioria.
Os bebés reborn não passam de bonecos com aspecto extremamente realista. Os preços para aquisição variam consoante a feitura e as caraterísticas. Os que são realizados e forma mais ou menos industrial, por norma, são mais baratos do que aqueles que são feitos à mão e que facilmente podem ascender aos milhares de euros.
Há anos que estes bonecos viraram um negócio com várias pessoas a montarem ateliers que se dedicam a criar exemplares únicos, muitas vezes com as características específicas desejadas pelos clientes, como é o caso da cor do cabelo, espessura, cor dos olhos ou expressão facial.
A aparência hiper-realista é alcançada pela pintura à mão, pela colocação de cabelo fio a fio, colocação de pestanas o que, consequentemente, encarece estes modelos de bonecos. Além disso, a textura da pele também pode ser trabalhada, dando um aspecto mais realista.
Entre aqueles que compram estes bonecos, além das crianças, encontram-se também os colecionadores. Aliás, em Setembro de 2018, o DIÁRIO publicou uma reportagem com a madeirense Sara Vieira que tinha já 41 bebés reborn na sua colecção. O primeiro, Daniel, foi adquirido em 2014 e, desde então, tinha já comprado outros 40 bonecos.
No entanto, clarificava que estes não são considerados brinquedos, mas sim “obras de arte” por serem feitos à mão e terem ainda certificados que os autentificam.
Onde começou a arte e como se massificou?
Segundo consta, foi com a Segunda Guerra Mundial que surgiram os primeiros ‘reborn’, em Inglaterra. Estes apareceram da necessidade de algumas mães em restaurar brinquedos dos seus filhos, daí o termo ‘reborn’ ou ‘renascidos’. A técnica foi-se aprimorando e actualmente correspondem ao hiper-realismo.
A utilização dos bebés reborn está em muito associada à terapia, como forma de tentar ultrapassar a perda de filhos ou para pessoas com doença de Alzheimer. No Reino Unido foram até criadas clínicas com terapias que recorriam a estes bebés.
Entretanto, com o ‘boom’ das redes sociais e, principalmente com o Tik Tok, estes bonecos ganharam ‘palco’ e no Brasil encontraram milhares de fãs. O entusiasmo foi tão grande o próprio Estado já se viu obrigado a intervir, criando leis que impeçam determinados actos. As notícias que chegam desse país dão conta de pessoas que se dirigem aos serviços de Urgência para que os bebés reborn sejam vistos pelos médicos, alegando uma “doença”.
Por outro lado, o Brasil quer uma imposição de critérios para que exista um acompanhamento psicossocial das pessoas que tenham um vínculo afectivo demasiado forte com estes bonecos ou outros objectos que se pareçam com seres humanos.
Tendo em conta vários casos registados nos últimos meses, o país quer ainda impor multas para quem use estes bonecos para obter prioridade em filas como as do supermercado e outros serviços, ocupando lugares prioritários nos transportes públicos.