A Igreja Católica e o mundo assistiram, esta tarde, ao 'fumo branco' a sair da chaminé da Capela Sistina, momento que sinalizou a escolha de Robert Prevost como o sucessor do Papa Francisco. O Conclave, que teve início no passado dia 7 de Maio, contou com 133 cardeais que deliberam sobre o futuro da Igreja e da liderança do Vaticano, teve a duração de dois dias.
Esta actual eleição é a 112.ª desde o início do processo formal de eleição papal, que remonta ao século XI. O Papa que vier a ser eleito será o 266.º pontífice da Igreja Católica.
No entanto, ao longo da história, enquanto alguns conclaves foram resolvidos em pouco tempo, outros estenderam-se por semanas, meses ou até anos, reflectindo assim a importância do complexo processo de deliberação e consenso entre os cardeais.
Robert Prevost é o novo Papa
É norte-americano, de 69 anos e adopta o nome de Leão XIV
Conclave mais longo: 1271-1272
O processo mais longo na história da eleição de um Papa durou 1.006 dias, ou seja, cerca de 2 anos e 10 meses. Iniciou-se a 29 de Novembro de 1268, em Viterbo, Itália, e terminou no dia 1 de Setembro de 1271, com a eleição de Gregório X.
Este longo período de ausência papal aconteceu após a morte de Clemente IV e segundo o que é dito, diversos factores contribuíram para a enorme demora na escolha do novo Papa, tais como as disputas internas e políticas, entre fracções francesas e italianas
Esse longo conclave levou à eleição de Gregório X, que, preocupado com a demora, implementou reformas no processo de eleição papal. Entre essas reformas, estava a exigência de que, caso os cardeais não chegassem a um consenso em um tempo razoável, seriam isolados e alimentados com racionamento de alimentos até que tomassem uma decisão. Por exemplo, a partir do terceiro dia, apenas seria permitido um prato diário de comida e, partir do oitavo dia, os cardeais só poderiam comer pão e água.
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Conclave mais curto: menos de 10 horas
O conclave mais curto de toda a história da Igreja Católica ocorreu em 1503, quando o cardeal Giuliano della Rovere foi eleito Papa Júlio II. Após a morte do Papa Pio III, cujo pontificado durou apenas 26 dias, os cardeais reuniram-se novamente no último dia de Outubro daquele ano.
A eleição foi extraordinariamente rápida, tendo durado menos de 10 horas e exigido apenas uma única votação. Giuliano della Rovere, que já era uma figura influente no Vaticano e apoiado por muitos cardeais, foi assim escolhido de forma quase unânime.
Conclave mais longo da Era Moderna: 181 dias e quatro eleitores falecidos
O Conclave onde foi eleito Bento XIV, em 1740, durou 181 dias, ou seja, cerca de seis meses, e necessitou de 50 escrutínios, tornando-se assim no mais longo da Era Moderna. Decorreu entre 18 de Fevereiro e 17 de Agosto e ficou marcado não só pelas diversas divergências e disputas entre os cardeais, mas também pelo falecimento de quatro eleitores dos 44 participantes.
Conclave mais curto da Era Moderna: 24 horas
Ocorreu em 1939, após a morte do Papa Pio XI. A eleição do novo pontífice, Pio XII (Eugenio Pacelli), foi marcada pela duração de um Conclave de apenas 24 horas, que se realizou de 2 a 3 de Março. Durante esse período, os cardeais chegaram rapidamente a um consenso, muito porque o Pacelli já ocupava o cargo de Secretário de Estado do Vaticano e gozava de grande respeito entre os cardeais. Após apenas três escrutínios, ele foi eleito com vasto apoio e num processo sem grandes disputas.
Pontificado mais longo e o mais curto
O pontificado mais longo da história foi o de Pio IX, o italiano Giovanni Maria Mastai Ferretti, que durou 31 anos, de 1846 a 1878. Em segundo lugar, ficou o de João Paulo II, que foi papa durante 26 anos, entre 1978 e 2005. A fechar o lote de cargos mais longos está o de Leão XIII, que prolongou-se durante 25 anos, entre 1878-1903.
Em contrapartida, o mais curto (33 dias) foi o de João Paulo I, o italiano Albino Luciani, que foi encontrado morto na cama, com 65 anos, em circunstâncias pouco claras, gerando diversas teorias da conspiração que envolvem assassinato e envenenamento.