Um governo à “sombra” de independentes

Para André Ventura (AV) e o Chega o primordial não é saber se no programa do futuro governo da AD constarão ou não as medidas reformistas necessárias para melhorar de forma sustentável a economia do País e alterar a pesada herança do PS nesse capítulo, já que desde sempre o seu objetivo tem sido boicotar a ação governativa, fazendo valer os seus propósitos políticos extremistas e imediatistas prejudiciais para Portugal e os/as portugueses/as.

AV e o Chega persistem em tentar enganar os portugueses com proclamações contra a corrupção e contra a imigração tal como faz o seu mentor Trump (DT), que não só não tomou quaisquer medidas contra a corrupção de que acusava os adversários políticos, como até legalizou a alta corrupção empresarial para servir os seus interesses empresariais e dos que o rodeiam, ameaçou impor ao mundo tarifas aduaneiras absurdas ignorando os acordos comerciais em vigor que poderão prejudicar a nossa economia e com as quais AV concordou, prometeu tornar a América grande outra vez mas até agora só tomou medidas de caráter austeritário que acarretam desemprego e ameaçam uma recessão, prometeu deportações em massa de imigrantes que não conseguiu concretizar e agora está a oferecer-lhes dinheiro para se irem embora e mostra os seus propósitos racistas “importando imigrantes brancos” da África do Sul, justificando-o com um suposto “genocídio de brancos” naquele país, mais um dos seus boatos imbecis como o dos imigrantes que matavam cães e gatos para comer, como a falsa tentativa dos ciganos para assassinar AV quando este foi hospitalizado, pretendendo de certo modo equiparar-se a DT na vitimização, só que DT levou mesmo um tiro, o que nada tem a ver com o refluxo esofágico de AV.

Espera-se que o “governo sombra de independentes” prometido por AV, consiga justificar perante os portugueses fundamentando-o com argumentos políticos e técnicos através dos respetivos “ministros sombra independentes”, a sua eventual oposição às medidas que o próximo governo pretender implementar, pondo de lado o alarido que AV costuma utilizar nas suas intervenções para camuflar a falta de fundamentação das mesmas.

É enorme a curiosidade de saber como é que esse “governo sombra de independentes” ou quiçá um governo à “sombra” de independentes, se propõe acomodar as medidas meramente distributivas de benefícios conjugadas com a baixa de impostos que custariam mais de 13 mil milhões de euros propostas por AV na campanha eleitoral, que nada têm de reformistas para a nossa economia e seguem a mesma lógica distributiva e anti-reformista das sucessivas governações do PS, nomeadamente daquela que conduziu Portugal à beira da bancarrota e à austeridade.

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