Guerra de sexos, ainda...
“Desilusão e incompreensão”: eis como reage Élia Ascensão ao facto de ter sido preterida pelo seu partido Juntos pelo Povo. Para mim, a questão é bem simples: sempre que há uma mulher e um homem para o desempenho de um só cargo, a mulher é preterida pelas estruturas do poder. Como sabemos, o poder é patriarcal!
Continuamos num mundo patriarcal, numa civilização patriarcal, numa cultura patriarcal e não vale a pena escamotear esta questão. Há um peso, uma gravidade (a lei) que continua a puxar para baixo, para mais do mesmo em matéria da dominação masculina.
E não se iludam! Sejam homens de esquerda, sejam de direita, das áreas eclesiásticas, das humanidades ou das ciências ditas exatas, etc o princípio é o mesmo: o poder do falo fala mais alto! Ora, no caso do JPP a Comissão Política tem quinze membros: cinco mulheres e dez homens e dois suplentes homens. Eles estão em maioria. Vão votar numa mulher?
Os homens não fazem isso! As mulheres, sim, costumam também escolher homens em vez de mulheres e é por isso que o mundo continua com muita testosterona à solta. Precisamos do politicamente correto não apenas na lei mas também nas ações e nos comportamentos sob pena de nada mudar, de facto!
No caso da Élia Ascensão, os eleitores davam-lhe a preferência, segundo parece, Mas... Mas... os órgãos eleitos do partido (de qualquer partido, aliás!) só iam levar isso em conta se quisessem lavar as mãos e deixar o ónus para o povo, ou seja, quando e se lhes conviesse... E esse não foi o caso...
Cara Élia: que este contratempo seja apenas um compasso de espera para aprimorar ainda mais a líder que já habita dentro de si.
Zina Abreu