JPP recomenda estudo para segunda rampa ro-pax visando "desejada" linha ferry Madeira-continente
O JPP informa que entregou, esta segunda-feira, na Assembleia Legislativa da Madeira um projecto de resolução que recomenda ao Governo Regional a realização de um estudo sobre a viabilidade da construção de uma segunda rampa ro-pax e respectivo terrapleno de apoio. O objectivo é preparar a Região para "a deseja linha marítima ferry, de passageiros e carga, entre a Madeira e o continente".
A iniciativa foi apresentada pelo presidente da bancada parlamentar e líder do JPP, Élvio Sousa, que esta manhã explicou os fundamentos da proposta. Segundo o dirigente partidário, a existência de uma única rampa constitui um obstáculo à implementação de uma ligação marítima regular.
"Não haverá um ferry disponível no mercado e a acostar na Região se não existir uma segunda rampa que permita o desembarque e embarque de mercadorias", declarou Élvio Sousa. "Uma única rampa não permite o princípio da liberdade e da livre circulação, pelo que é importante o governo avaliar a possibilidade de ser construída uma segunda rampa, é isso que o JPP pretende."
O secretário-geral do JPP revelou que o partido "tem algumas ideias sobre a construção da nova plataforma para a linha ferry", esperando apresentá-las durante a discussão parlamentar do documento. Élvio Sousa considera a nova infraestrutura "fundamental para que a ligação marítima seja viável".
O líder da oposição regional justificou ainda a necessidade da segunda rampa como forma de evitar situações do passado, realçando a importância da nova infraestrutura para prevenir "forças de bloqueio que no passado fizeram sabotagem à circulação e acostagem do 'ferry' da Naviera Armas quando esteve na Região".
Para Élvio Sousa, a Madeira não pode continuar a ser uma das poucas regiões ultraperiféricas europeias sem ligação marítima regular com o continente. "A operacionalização da linha marítima semanal, entre a Madeira e o continente, implica necessariamente que se estude a viabilidade da construção de uma segunda rampa", referiu.
O dirigente do JPP mantém a aposta na "diplomacia comercial com outras regiões" para o regresso do ferry à Madeira, mas não exclui as responsabilidades do Estado e da Região no cumprimento do princípio da continuidade territorial.
Segundo teste ao PSD/CDS
Segundo Élvio Sousa, esta proposta representa um segundo teste "à coerência do PSD/CDS", uma vez que o JPP já havia apresentado um diploma semelhante em 2023, que foi rejeitado pela aliança governamental. "Espero que esses partidos não voltem a ser uma força de bloqueio", realçou Élvio Sousa, argumentando que "os madeirenses desejam a linha marítima para baixar o custo de vida e disporem de uma alternativa para deslocações dentro do território nacional".