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Fact Check Madeira

O veículo roubado em Espanha entrou na Madeira sem ser detectado?

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Foto GNR

A Guarda Nacional Republicana (GNR) anunciou este sábado, 17 de Maio, a recuperação no Funchal de um carro que tinha sido furtado em Espanha no ano passado.

GNR recuperou no Funchal um carro que tinha sido furtado em Espanha em 2024

Dono de stand automóvel, de 59 anos, identificado pela guarda

Trata-se de um Audi Q3 que foi localizado na última quinta-feira, 15 de Maio, numa oficina oficial da capital madeirense. O Comando Territorial da Madeira, através da sua estrutura de Investigação Criminal, concluiu que o veículo se encontrava "na posse de um particular, o qual o havia adquirido num stand da Região Autónoma da Madeira, mediante financiamento bancário, desconhecendo a sua proveniência ilícita".

A acção culminou na apreensão do veículo e na identificação do proprietário do stand, um homem de 59 anos, que procedeu à venda da viatura em segunda mão.

Apesar do sucesso da operação da GNR com a recuperação do veículo, permanecem dúvidas sobre como o carro entrou na ilha da Madeira. Nas redes sociais, não tardaram reacções à notícia publicada pelo DIÁRIO com vários leitores a questionar a procedência do veículo, a forma de transporte para a ilha da Madeira e a fiscalização existente aos automóveis importados. 

Será que o veículo roubado em Espanha entrou na Madeira sem ser detectado?

O carro furtado em Espanha, no decorrer de 2024, e recuperado pela Guarda Nacional Republicana (GNR) no Funchal, na última semana, terá dado entrada na Região Autónoma da Madeira sem ter sido detectado pelas autoridades locais como uma viatura furtada.

Segundo o próprio Comando Territorial da Madeira, a recuperação do veículo só foi possível graças a um alerta internacional emitido pela Interpol, Organização Internacional de Polícia Criminal, que avisou as autoridades portuguesas sobre o carro furtado, permitindo a sua localização e apreensão. 

Ao DIÁRIO, fonte oficial da GNR indica que o carro terá sido legalizado em Portugal continental antes de ser transportado para a Madeira por via marítima. Quer isto dizer que uma vez que o carro já possuía matrícula portuguesa, a entrada na Madeira através do Porto do Caniçal foi considerada circulação interna em território nacional, o que obriga apenas à verificação dos documentos.

Ao que tudo indica, a viatura circulava na Madeira de forma legal, com matrícula portuguesa atribuída pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), sem levantar suspeitas até o alerta emitido pela Interpol. 

No entanto, a GNR admitiu não possuir informações detalhadas sobre o trajecto do veículo ou sobre eventuais fiscalizações alfandegárias no Porto do Caniçal. 

O processo de entrada de viaturas no Porto do Caniçal é relativamente simples quando estas já possuem matrícula portuguesa. No embarque, são verificados documentos como o Certificado de Matrícula. Após a chegada ao porto, o veículo passa por uma confirmação documental básica, sem necessidade de um controlo alfandegário rigoroso, uma vez que se trata de circulação interna em território nacional. Dessa forma, o carro foi autorizado a circular na Madeira, não tendo sido identificado como furtado até ao alerta emitido pela Interpol.

Foi através de um alerta da Interpol - Organização Internacional de Polícia Criminal que as autoridades regionais identificaram, esta semana, o veículo furtado em Espanha, no ano passado.