Abril sem identidade

51 anos depois o conceito de partidos políticos está enviesado e as pessoas que aderem aos partidos políticos na sua maioria não vão por filosofias ou princípios, mas por interesses pessoais, financeiros ou coletivos. Ao longo de meio século em vez de se construir um país sólido, com estrutura social, económica e financeira que garantisse o nosso futuro, vendemos o país ao retalho e hoje totalmente hipotecados, entregues nas mãos de culturas que não nos dizem nada, de sociedades que em nada se identificam com os nossos valores e princípios, eis que ainda temos do pior que possa existir, uma boa franja de alguma comunicação social que se torna cúmplice desta nossa desgraça, promotora desta inefável miséria a que a classe política traiu a nação, a história e o seu povo. António Almeida Santos em 1975 pediram-lhe que elaborasse uma lei generosa para a aquisição da nacionalidade, ele respondeu: não o faço, só terá a nacionalidade quem ao menos for bisneto de português pelo nascimento, se não o país vai ao fundo. Como é possível meio século depois, ver-se sucessivamente os atentados à segurança e aquilo que outrora era designado do cantinho do céu, dia após dia a insegurança é notória, a invasão de imigrantes indesejados pela maioria dos portugueses que sentem na pele os resquícios desse transtorno a que converteram o nosso país. E desculpem a insistência, mas nada me move contra quem por bem vier para o nosso país, uma nação de características cosmopolitas que sabe acolher, dum povo simpático e acolhedor que nada tem contra quem por cá faz deste o seu país. Agora sermos o refúgio de seres indefesos sujeitos ao tráfico humano, ao negócio da escravidão, aproveitando-se das criaturas que nos seus países de origem sofrem a perseguição de governos intransigentes, e nada humanos, esses frágeis seres humanos estão a ser explorados por autênticas máfias de trafico humano e utilizando a abertura do nosso país para importar miséria humana e converter Portugal na plataforma giratória da escravatura legitimada e as consequências dessa ação. Saturação de serviços de saúde, falta de moradias condignas, e promovendo os sem abrigo que já por si era um flagelo que nunca o sistema conseguiu resolver e com isso a insegurança e todas as consequências que advém dessa condenável forma de recrutar trabalhadores para ajudarem a colmatar a possível défice e contribuírem para o crescimento e desenvolvimento do país. Nós que por experiência própria fomos um país de emigrantes, que saímos à procura de uma vida melhor, que com o nosso comportamento fomos aceites de braços abertos nos diferentes países que nos acolheram, trabalhamos, respeitamos e adaptamo-nos às culturas e leis desses países, estamos a nos converter em acolhedores de escravatura e apoiantes de tráfico de pessoas que na sua fragilidade sujeitam-se às circunstâncias de gente sem qualquer tipo de humanismo, até diria de condição humana duvidosa, que estão a criar uma autêntico cavalo de tróia e fomentando o ódio onde sempre existiu cordialidade e fraternidade. Precisamos de repensar seriamente até onde irá o nosso país com esta desregrada política de imigração sem o verdadeiro rigor que a mesma exige. Somos e seremos eternamente o povo que acolhe, mas as regras terão de ser bem definidas para que o resultado de medidas mal implementadas não ponham em causa quem chega e muito menos quem por cá anda e sem contar aqueles que forçosamente têm de abandonar o seu país que não lhes proporciona as condições para que os filhos desta terra possa ajudar Portugal a crescer. Aos que acham que querem e podem ser portugueses, queremo-los como os, defensores dos nossos valores, princípios e cultura respeitando as leis e trabalhando connosco para elevar bem alto o nome deste milenar país que queremos continuar a designar de nosso Portugal.

A. J. Ferreira