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Abril, os alvores da Liberdade

É preciso viver e honrar o verdadeiro espírito do 25 de Abril, para que a liberdade e a democracia continuem a florescer

Já se passaram quase cinquenta e um anos desde o dia que fez nascer a liberdade e a democracia em Portugal. Um marco histórico que molda quem somos hoje, mas que não pode ser pretexto para ficarmos à sombra de feitos passados, nem tão pouco sermos complacentes ou alheados face ao que se passa no nosso país e no resto do mundo.

Mundo esse onde, especialmente nas redes sociais, pululam opiniões sobre tudo e sobre todos, numa velocidade e voracidade que dificultam qualquer tentativa de aprofundamento em termos de pensamento ou atenção aos acontecimentos. Neste contexto, temos de ter o discernimento, direi mesmo a coragem, de pensarmos pela nossa cabeça, mesmo que, nos tempos atuais, tal se tenha tornado quase um ato revolucionário.

Neste mês que se comemora a Revolução dos Cravos, aflora ainda com maior nitidez a certeza de que a liberdade é a essência da nossa civilização democrática, e que não se alcança com muros, mas com pontes, não se protege com censura, mas com pensamento crítico e que não se concretiza com ódio ou intolerância, mas com empatia e diálogo.

Assim, não basta lembrar Abril. É preciso viver e honrar o verdadeiro espírito do 25 de Abril, para que a liberdade e a democracia continuem a florescer nas gerações vindouras.

E por falar nas próximas gerações, há, nos vários temas que configuram a atualidade, todo um novo campo de batalha para a liberdade, com a eclosão da inteligência artificial e, sobretudo, a proliferação de algoritmos que moldam opiniões. Um perigo latente, pois a manipulação digital ameaça direitos que julgávamos assegurados em democracia.

Em 2025, defender Abril passa também por apostar na educação e pedagogia cívicas e na literacia digital, de forma a que as novas ferramentas tecnológicas não se transformem em instrumentos de opressão ou controlo sobre os cidadãos. Nesta era digital, defender a liberdade é um dever de cidadania e um compromisso inadiável com o futuro.

Este mês fica também marcado pela tomada de posse do XVI Governo da Região Autónoma da Madeira, após um resultado bastante positivo alcançado pelo PSD-M nas eleições legislativas regionais. Neste momento, estão reunidas todas as condições para um mandato de estabilidade política.

Agora, urge nos debruçarmos sobre as próximas eleições, daqui a menos de um mês, para a Assembleia da República e, consequentemente, determinantes para a formação do novo Governo da República.

Nunca é demais incentivar à participação cívica, pois a abstenção fragiliza a representatividade democrática. E a História tem demonstrado, de forma clara e preocupante, que os sistemas democráticos mais frágeis são campos férteis para o surgimento de soluções autoritárias e extremistas.

Pese as várias chamadas às urnas, não podemos encarar as eleições como meros eventos cíclicos no calendário político. São sim momentos de responsabilidade e afirmação coletivas, onde se desenha a arquitetura política desejada. E todos somos convocados a construir horizontes de esperança, feitos de liberdade e democracia.

Aproveito para vos desejar um Feliz Dia de Páscoa!