Que pensam os políticos de nós eleitores?
Quando nos referimos aos políticos - neste apontamento, claro está - estamos a pensar naqueles que são os principais interessados nas campanhas eleitorais.
Os candidatos aos cargos de governação, aqueles que - a nosso ver - a sua principal função seria apresentar aos eleitores, caso fossem eleitos, as linhas fundamentais do seu governo, tratando-se, como é evidente, de eleições legislativas, como é o caso de momento no País.
Mas linhas de orientação sérias, razoáveis, coerentes, que mereçam da parte dos que vão votar o mínimo de credibilidade.
O que não é o caso. Muitas das propostas apresentadas são de uma leviandade, de uma falta de senso e de tal profunda demagogia que nos leva a supor que essa gente pensa que a inteligência só está nas suas cabeças ou que, afinal, o povo não passa de uma data de saloios, parvos, que facilmente se deixa levar pelas suas sonhadoras propostas ou caricatas promessas.
Alguns cargos públicos tornaram-se de tal ordem aliciantes do ponto de vista financeiro, fonte de mordomias e influências, bem-estar e garantias de futuro que, cada vez surgem mais candidatos, independentemente, se têm ou não capacidade para o desempenho das funções a que se propõem.
A ânsia pelo PODER tolhe-lhes o equilíbrio mental, retira-lhes os escrúpulos, fá-los perder a vergonha, a lucidez, o caráter, a dignidade e, por consequência, acham normal se agarrarem a quaisquer que sejam os meios para atingirem os fins.
Na Madeira, há pouco tempo, só faltou alguém a prometer a construção de uma ponte que ligasse a Madeira ao Porto Santo ou uma linha férrea até Lisboa e agora olhamos para as Legislativas no País e o que menos faltam nesta campanha eleitoral são promessas que, para bem do nosso espírito e saúde mental, temos de encará-las sob o signo do humor tão caricatas elas são.
Ao tempo que chegamos, valha-nos Deus.
Mas a paródia vai mais longe, não se fica pelas promessas. Não deixa de ter a sua graça ouvirmos políticos que passaram por governos, desempenharam papéis de triste memória, foram despromovidos de ministros para deputados, mercê do mau, conflituoso e, naturalmente, incompetente trabalho realizado, a criticarem os seus adversários políticos, chegando ao desplante de os acusar de não terem competência para ocuparem os lugares a que se propõem.
É o cúmulo da insensatez e razão para duvidarmos do benefício das eleições.
Se uns, já deram provas de que não têm “cabeça” para governar coisa nenhuma e se os outros não possuem competência, só estamos a perder tempo e dinheiro com mais um ato eleitoral.
Cá para nós, não seria melhor entregarmos o País a uma ADMINISTRAÇÃO ESTRANGEIRA, como fazemos com algumas empresas públicas?
Talvez trouxessem outro modo de governar, houvesse outra postura e seriedade, outro rigor e outra vontade de alterar o que está mal que, até agora não se tem visto, e o País tanto precisa.
E para isso tanto paga!
Juvenal Pereira