Tudo na mesma c’uma a lesma

As minhas previsões políticas acertaram como uma flecha no alvo, o JPP passou à frente do PS-M e é agora o segundo partido da oposição na Madeira, isto porque Elvio Sousa, líder do JPP, soube interpretar os sinais vindos do povo, enquanto Paulo Cafôfo foi atrás de ilusões e não soube tirar ilações da sua falta de liderança à frente do PS-M. Não fez uma leitura correta da insatisfação dos próprios militantes e iludiu-se com as pancadinhas nas costas. Mas um líder com traquejo político não se deixa iludir por sorrisos falsos e promessas a pataco. Pura falta de experiência política. E depois de umas derrota clamorosa ainda diz que vai manter-se à frente do PS-M até às autárquicas que se realizam no fim de 2025? O que pretende? Arrastar o PS-M para a quarta força política na Região atrás do Chega? Cafôfo não percebeu os sinais que os militantes e eleitores lhe deram por isso o seu ciclo político chegou ao fim. Aquilo que um dia trouxe de mais valia nas eleições autárquicas de 2013, agora levou o partido para 3ª força política perdendo quase 8 mil votos em relação ao JPP.

Assumir publicamente a derrota, não basta, é preciso assumir as consequência, na prática, porque só lhe fica bem. Tal como em 2021 se demitiu de líder do partido sem razões, hoje faça-o por razões evidentes.

Ainda numa análise sumária aos resultados, temos que concluir que falta literacia política ao povo madeirense. Já sei que me vão atirar à fogueira mas tenho que dizer isto: Quando um candidato a presidente do GR está indiciado de crimes graves, assim como metade dos secretários regionais e ainda com o partido (PSD-M) dividido ao meio, ainda sobe na votação popular, a democracia na Madeira bateu no fundo. Nenhum partido democrático, mesmo que distribua barras de ouro pela população, consegue segurar-se 49 anos no poder ainda mais indiciado de corrupção.. Uma democracia sem alternância passa a ser uma ditadura igual à do Maduro na Venezuela. Tudo isto porque a maioria dos madeirenses encaram o PSD-M como se fosse uma religião e não como um partido político. Sabem porque a Madeira nunca chegou a ser a tal Singapura do Atlântico que o Dr. Jardim almejava? Porque tanto ele como Albuquerque sempre governaram em prol de meia dúzia de amigos e nunca para o bem comum. Tornou uma pérola do Atlântico num pechisbeque ao pescoço de uma qualquer galdéria.

Juvenal Rodrigues