‘Método do engano’. Como funciona o esquema que já fez vítimas na Madeira
Está a aumentar o número de furtos dentro de residências
A Polícia de Segurança Pública está a investigar vários furtos que têm ocorrido por todo o país, utilizando sempre o ‘método do engano’. Segundo as autoridades, citadas por diversos órgãos de comunicação social, há casos reportados também na Madeira, pelo que nunca é demais relembrar os cuidados que deve tomar.
Segundo o Diário de Notícias (Lisboa), entre os dias 1 de Janeiro e 28 de Fevereiro, registaram-se 82 furtos dentro de residências com recurso ao método de engano. Como o próprio nome indica, o objectivo passa por enganar os residentes da casa, por forma a que se consiga entrar na mesma e assim subtrair objectos de valor ou dinheiro que tenha no interior.
Posto isto, os alvos preferenciais são pessoas que vivem sozinhas, especialmente se as casas forem em zonas remotas ou se as vítimas tiverem problemas de saúde e/ou idade mais avançada.
Os meliantes costumam actuar em grupos de três ou quatro pessoas e, por vezes, recorrem a crianças para dar mais ‘credibilidade’ ao assunto. O método consiste em bater à porta de uma pessoa, alegando ter sede ou estando a precisar de ir à casa de banho. De qualquer das formas, o objectivo é ser convidado a entrar na casa. Há relatos de ladrões que se fazem passar por empregadas de limpeza do prédio que precisam de encher um balde com água ou de pessoas que se fazem passar por agente imobiliários ou clientes interessados em comprar ou arrendar apartamentos.
O porta-voz oficial da PSP, subintendente Sérgio Soares, explicou ao DN-Lisboa que, normalmente, dois membros do grupo entram na casa enquanto outro fica incumbido de distrair e ganhar a confiança da vítima. Há então um quarto elemento, denominado ‘driver’, que fica em frente ao prédio ao volante de uma viatura pronta para a fuga após os dois elementos que entraram na residência subtraírem “dinheiro, joias, ou bens de valor fácil de simulação, especialmente os que possam ser colocados nos bolsos”, disse.
Ainda de acordo com a PSP, por norma, estes crimes ocorrem entre as 12h e as 15 horas, uma vez que, no caso de casas de família, essa é uma hora em que os trabalhadores estão fora da habitação, permanecendo apenas os idosos ou doentes. Além disso, estes crimes acontecem com maior frequência à sexta-feira, tendo em conta que, normalmente, é o dia da semana em que as vítimas vão às entidades bancárias levantar dinheiro para o fim-de-semana.
Quais as recomendações da PSP?
- Tenha atenção a marcas desenhadas ou fitas coladas junto ou na porta de entrada do seu domicílio ou da porta de entrada do seu prédio. Deve contactar imediatamente a esquadra local.
- Mantenha roupa estendida ou recorra a algum tipo de iluminação de presença que permita dar a entender que possa estar algum morador no interior da residência.
- Não divulgue nas redes sociais as suas rotinas diárias, bem como os períodos de ausência de casa.
- Não tenha em casa grandes quantidades de dinheiro e mantenha as jóias guardadas em cofres.
- Anote dados sobre pessoas ou veículos suspeitos que detecte na sua rua e transmita as informações às entidades policiais.
- Quando for sair de casa, feche e tranque devidamente a porta da sua habitação.
- Ao sair do prédio, certifique-se sempre que a porta de acesso ao edifício fica devidamente fechada.
- Tenha igualmente atenção a portas ou portões de acesso às garagens dos condomínios e à importância destas permanecerem devidamente fechadas, sobretudo se se tratam de portões exteriores.